Por que finalidade tenho que ser
bom? Qual o motivo pelo qual tenho que ser honesto, justo e verdadeiro? Que beneficio
tenho eu nestas virtudes? Por acaso faço estas coisas por obrigação ou vontade própria?
Sou por ventura sou autônomo no universo ao ponto de ser e fazer o que me dá na
telha? Será que fujo de praticar o mal por medo de ir para o inferno ou pratico
o bem com o objetivo de alcançar o paraíso? Que certeza posso ter destas coisas
depois da morte? Será que no céu só existem pessoas boazinhas e no inferno
pessoas malvadas? Volto a perguntar; será? O me garante que não é somente esta
vida e nada mais? Por que existem pessoas boas que só se dão mal e pessoas más
que só se dão bem? Por que grande parte das pessoas boas morrem e antes passam
grandes tribulações? Não seria a vida injusta com relação a isso? Por que
tantas perguntas sem resposta e tantas respostas que não respondem estas
perguntas?
Agora falo por mim:
Ora, não me interessa se vou para
o inferno ou para o céu. Não me cabe negociar minhas atitudes para conseguir
algo em troca. Não vejo nenhuma virtude em ser bom para simplesmente agradar alguém
– entendo isso como hipocrisia. Por outro lado, não tenho prazer em praticar o
mal meramente para levar vantagens ou me beneficiar em alguma situação. Se faço
o bem ou o mal é porque isso é uma característica inata à condição humana. Embora
alguns entendam que o livre-arbítrio é direito de escolher entre o bem e o mal,
não vejo e não compreendo desta forma. Na minha concepção o livre-arbítrio
seria a opção de ter outra escolha fora o bem e o mal. Ter apenas duas opções
não me dá liberdade de alternativa. Pois entre o preto e o branco – existem centenas
de tons de cinza. Entre o sim e o não – existem outras possibilidades. Entre o
numero “1” e o “2” – existem centenas de milhares de outros algarismos. Mas por
que no bem, no mal, no céu e no inferno não existem outras possibilidades?
Se não existir outras perspectivas,
eu abro mão da minha condição de escolha e acato a minha natureza de humano que
em determinados momentos erra e acerta. Contudo, não faço isso por escolha, mas
porque foi determinado a minha consciência desta maneira.
Não acredito no livre-arbítrio,
Não sou escravo do destino,
Não sou manipulado pelo o diabo,
E Tão pouco obediente a “deus”.
Não vou para o inferno
E não quero ir para o céu.
Agora só me resta viver enquanto
houver fôlego
E morrer quando assim for.
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