Se eu fosse exatamente aquilo que você imagina, um reflexo fiel de suas expectativas, uma cópia moldada ao desenho de seus desejos — ainda assim, ouso perguntar: você realmente me amaria?
Se me conheceu como sou, inteiro e imperfeito, fruto de cada queda, cada escolha e cada silêncio que me trouxeram até aqui, por que exigir que eu me torne outro? Não seria uma traição ao próprio encontro, ao instante em que nossos caminhos se cruzaram?
Cada ser é uma narrativa única, costurada por dores e encantos, escrita com erros e acertos. Apagar essa linha do tempo para agradar ao olhar do outro é renunciar à própria essência. E amar alguém só é possível quando se aceita não apenas o que encanta, mas também o que inquieta.
Portanto, se um dia você disser que me ama, que seja pelo que sou — e não por uma versão que inventou de mim. Porque amor verdadeiro não pede mudança, apenas reconhece a beleza de existir exatamente assim.