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17 de junho de 2025

A Mulher que Despenteia o Juízo.



Na curva tímida do ombro,
um convite sussurrado em carne.
Não fala, mas incendia.
Seu silêncio é um gemido suspenso no ar.
E eu, homem feito de vontades,
tremo como papel molhado pela chuva do seu olhar.

Ela passa, e o mundo desorganiza.
O botão da blusa, inocente, conspira.
A saia, indecente, flerta com o vento.
E eu, tolo, me torno poeta 
mas um poeta que escreve com a língua
na geografia febril da sua pele.

Seu andar é pecado em movimento,
milagre pagão que me ajoelha.
Ela não toca, mas possui.
Não se oferece, mas se impõe.
E o desejo, esse cão faminto,
rosna dentro do meu terno.

Debaixo da roupa, mora o inferno.
E eu, cristão de meia fé,
renego qualquer salvação
por um instante entre seus lábios carmesim,
onde o amor é fome,
e o gozo tem gosto de fim.

Ela é vício,
verso obsceno que se esconde
nas entrelinhas de um decote.
É mulher, mas é também feitiço,
palavra proibida que se escreve no escuro,
com dedos, dentes e sussurros.

E quando finalmente me engole no seu abismo,
não é só carne que se consome.
É alma. É culpa. É glória.
É um poema suado
onde rima e suor se confundem,
e o prazer, meu caro, é poesia crua.







16 de junho de 2025

A Coroa da Razão - Não do amor, mas do pensar.



Oh, doce Razão, que no silêncio acende
A chama tênue da lucidez inquieta,
És mais que Musa — és o que transcende
O caos do mundo e a beleza discreta.

Pensar é arte, e quem se atreve a tanto
Toca as estrelas com os pés no chão.
A mente, em voo, desenha o encanto
De ver no caos um traço de razão.

Não canta o bardo só paixões ardentes,
Pois há mais fogo no saber que inflama.
Idéias nascem como sementes
E fazem do mundo seu novo drama.

A escultura, a dança, a tela e o canto,
O mármore que sente, o som que voa,
São filhos do pensar — do livre manto
Que cobre o homem quando o medo ecoa.

Não há prisão na mente que imagina,
Nem dor que cale um verbo verdadeiro.
O pensamento é chama peregrina
Que queima o falso e ascende o derradeiro.

Quem pensa, vive. Quem duvida, cresce.
Pois na razão, a alma se revela.
A dúvida é um rio que nunca esmorece,
E a fé na lógica é a fé mais bela.

Ideias são como vento: vão e voltam,
Mas deixam forma onde antes foi vazio.
São tempestades que jamais se soltam
Do coração que busca seu próprio fio.

Que venham reis e tronos da ignorância,
Pois um só livro pode os desmontar.
No dom da mente habita a esperança
De um novo mundo pronto a se formar.

Oh, Razão! Não és fria — és sensível!
Pois sentes mais que o cego coração.
Teu toque é leve, mas imperceptível
É tua espada: cortas a ilusão.

Pensar é ser. E quem pensa transforma.
O bruto em belo, o medo em construção.
És alquimia que refina e forma
O ouro puro da evolução.

Não há mais nobre forma de realeza
Do que reinar com luz sobre o pensar.
Pois quem governa com a mente acesa,
Faz do futuro um templo a edificar.

Assim, declaro em verso o que defendo:
Pensar é o sangue da humanidade.
Que a Razão reine, nunca em silêncio morrendo,
Mas viva, livre, eterna — em liberdade.




22 de janeiro de 2012

Rap do mundo, tão decadente mundo.


Por Giliardi Rodrigues


Mundo de flores secas e solidão, mundo de pensamentos e lamentos sem razão, mundo de inércia, de superficialidades e projetos sem ação, mundo de injustiça onde poucos se beneficiam sobre os que mendigam pão, mundo de racismos, de fundamentalistas que ainda fazem acepção.

Mundo que ao longo do tempo passa por processo de degradação, o pior são pederastas metidos a inteligentes que ainda acreditam que os primatas ainda estão no processo de evolução.

Mundo de hipocrisias, demagogias, teorias sem sentido, lero-lero de filosofias e política de corrupção. Mundo onde a verdade é incutida no ocultismo mitológico de uma coisa chama “religião”.

Mundo de tecnologias frágeis, de egoistas egocêntricos centrados tão somente no dinheiro desonesto alimentado pela a ambição. Mundo de prostitutas e prostitutos, de instituições fantasmas patrocinadas por obras superfaturadas a quem diz ter visão.

Mundo de terroristas extremistas e de traficantes sem compaixão, mundo de padres pedófilos, de pastores depravados e de falsos mestres que vivem no mundo da alucinação. Mundo em que se destrói a beleza da natureza e depois põe a culpa na conjectura da conspiração.

Mundo onde se trabalha muito para ganhar o salário mínimo e bolsa alimentação, Mundo que quem não sabe twittar ou não tem perfil no facebook está fora da era da informação, mundo de milhares de deuses relativos à cultura ou a cada concepção.

Mundo de musicas chulas que denigrem a imagem das mulheres as resumindo em objetos de prazer como num parque de diversão, mundo onde a dignidade foi perdida e trocada por um par de peitos com silicone e um belo popozão.

Mundo onde se rir das desgraças dos outros causada pelas catástrofes sem predição, mundo das atrocidades no Oriente Médio e dos reality show que dão ibope na televisão. Mundo onde a historia é contada por conveniência ou por interesse de absolvição.

Mundo, tão decadente mundo (...).


Todos os textos são autoria de Giliardi Rodrigues. Proibida a reprodução de qualquer texto sem prévia autorização do autor.

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