O tempo… ah, o tempo é um artista cruel e sublime.
Ele pinta com pincéis de vento as lembranças que deixamos escapar pelos dedos fotogramas de um passado que insiste em viver dentro da gente.
Há dias em que a memória chega mansa, com cheiro de café e risadas antigas,
e há outros em que ela rasga o peito como um trovão que não pede licença.
A vida, essa correnteza apressada, não espera ninguém.
Pisca-se, e a infância se despede no retrovisor.
Mais um suspiro, e a juventude se torna apenas um eco nas paredes do tempo.
Tudo passa… tudo.
E cada instante, mesmo o mais simples, é um universo inteiro que se apaga ao ser vivido.
As perdas… ah, as perdas ensinam na dor o que a felicidade não ousa tocar.
Elas deixam cicatrizes que o tempo não apaga, apenas transforma em constelações silenciosas.
Mas é nas saudades que mora o ouro da alma.
Porque sentir falta é a prova de que algo foi belo o bastante pra merecer eternidade.
No fim, somos feitos de pó, lembranças e música antiga.
De rostos que se foram, de amores que ficaram na beira da estrada,
de promessas que o vento levou, e de risadas que ainda ecoam,
como se o ontem estivesse logo ali,
esperando a gente voltar, só mais uma vez.
Muito bom. Parabéns pela a reflexão
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