Textos, contextos, pretextos, poemas, teoremas, canções, crônicas, salmos, cartas, estórias, teorias, poesias, provérbios, pensamentos, fantasias, direito, filosofia, teologia, sentimentos, versos, reversos, reflexões, intuições, orações, manuscritos, delírios, suspiros, memórias, ensaios, confissões, juramentos, mistérios, segredos, epopeias, tragédias, elogios, critérios, discursos, manifestos, declarações, insights, profecias, ensinos, alegorias, murmúrios, clamores e questionamentos.
Visitantes
25 de junho de 2025
A poesia dos meus defeitos, ou Retratos da minha personalidade - Fragmentos do EU.
20 de junho de 2025
O Coração das Palavras: Uma Confissão Atemporal
17 de junho de 2025
Mil Formas de Um Só Escritor
Eu não escrevo apenas palavras — escrevo mundos.
Sou feito de textos, entrelaçados em contextos profundos e pretextos provocativos. Navego por entre poemas que sussurram teoremas, componho canções que carregam o peso de crônicas e a leveza dos salmos.
Cada carta que lanço ao vento é uma estória viva, brotada de teorias pulsantes e poesias que sangram verdade.
Minha escrita não é uma linha reta, é um labirinto de provérbios e pensamentos, atravessado por fantasias e embebido em direito, filosofia e teologia. Um mosaico de sentimentos em constante ebulição.
Meus versos têm reversos, minhas reflexões beiram o abismo da razão, e das minhas intuições surgem orações feitas de carne e alma.
São manuscritos que gritam delírios, que respiram suspiros e guardam memórias de um tempo que ainda não chegou.
Escrevo ensaios que são confissões, juramentos de alguém que busca sentido no caos.
Transformo mistérios em tinta, segredos em metáfora, epopeias em verdades fragmentadas, e até nas tragédias, encontro beleza.
Os meus elogios seguem critérios próprios; não são bajulações, mas discursos sinceros. E quando preciso, lanço manifestos, declarações incendiárias, repletas de insights que parecem profecias nascidas do inconsciente coletivo.
Entre meus dedos escorrem ensinos, vestem-se de alegorias, ecoam em murmúrios, sobem em clamores e explodem em questionamentos que nem eu sei responder.
Pois escrever, para mim, é estar em constante transfiguração
Sou mil vozes num só corpo, mil estilos num só punho.
Cada palavra é um universo. Cada linha, uma revolução.
E mesmo que amanhã eu me contradiga, serei fiel a uma única verdade:
Eu escrevo como quem vive em mil formas, e ainda assim, inteiro.
16 de junho de 2025
A Coroa da Razão - Não do amor, mas do pensar.
Tradição e Conhecimento: As Forças em Disputa pela Consciência Humana
Ao longo da história, o ser humano revelou-se um ser em constante tensão entre a estabilidade do conhecido e o risco do novo. Em meio a essa dualidade, emerge a indagação: por que alguns mudam de ideia com facilidade, enquanto outros permanecem fiéis às mesmas convicções ao longo da vida? A resposta repousa na complexa interação entre heranças culturais, estruturas familiares, acesso ao conhecimento e disposição à reflexão crítica. Em um mundo em acelerada transformação, compreender os motivos dessa divergência torna-se essencial para promover o diálogo e a evolução coletiva.
De um lado, encontra-se o conservadorismo ideológico, frequentemente sustentado por tradições seculares e estruturas familiares rígidas. Esse tipo de pensamento é marcado pela valorização da permanência, do respeito às hierarquias e da crença de que o passado encerra verdades suficientes para guiar o presente e o futuro. Não raramente, as convicções herdadas são mantidas como escudos contra o caos de um mundo mutável. Tal postura, apesar de oferecer segurança identitária, pode gerar resistência à mudança, intolerância a ideias divergentes e um empobrecimento do debate público.
Por outro lado, o avanço do conhecimento científico e o estímulo ao pensamento crítico proporcionam a indivíduos e sociedades a oportunidade de revisar crenças, ajustar opiniões e ampliar horizontes. A educação, nesse sentido, desempenha papel crucial. Como já afirmava o filósofo francês Michel Foucault, o saber é uma forma de poder — não no sentido autoritário, mas na capacidade de libertar o sujeito das amarras do dogmatismo. Aqueles que desenvolvem o hábito de estudar, questionar e analisar percebem que mudar de ideia não é sinal de fraqueza, mas de crescimento intelectual e maturidade emocional.
Entretanto, a facilidade ou dificuldade em rever posicionamentos não depende apenas da formação acadêmica. Elementos como o meio social, o grau de acesso à informação e até traços de personalidade — como a abertura à experiência, descrita na psicologia — influenciam diretamente a maneira como lidamos com ideias novas. Em sociedades marcadas por desigualdades educacionais e bolhas informacionais, o conservadorismo pode ser reforçado por falta de alternativas cognitivas e por medo da exclusão social.
É importante, contudo, evitar maniqueísmos. Nem toda tradição é retrógrada, tampouco toda mudança é virtuosa. A sabedoria reside na capacidade de discernir o que merece ser preservado e o que deve ser superado. Nesse ponto, a educação crítica é a chave para construir pontes entre gerações, visões de mundo e experiências plurais. A dialética entre conservar e transformar pode ser fértil, desde que mediada pelo respeito, pela escuta ativa e pela disposição em aprender.
Diante disso, propõe-se uma intervenção social baseada em três eixos: primeiro, a ampliação de políticas públicas de acesso à educação crítica e interdisciplinar desde o ensino básico, com incentivo à filosofia, sociologia e ciência política; segundo, campanhas de mídia que estimulem a valorização da mudança de opinião como virtude e não como fraqueza, buscando desconstruir estigmas sociais; e, por fim, a formação continuada de professores para lidar com o pluralismo de ideias em sala de aula. Tais medidas, dentro dos marcos constitucionais e democráticos, contribuem para uma sociedade mais consciente, plural e capaz de lidar com os antagonismos ideológicos com inteligência e empatia.
Assim, compreender as raízes da resistência ou da flexibilidade ideológica é essencial para enfrentar os desafios contemporâneos. Entre a âncora da tradição e o vento do conhecimento, é preciso ensinar a navegar — com bússola crítica e olhos abertos para a complexidade da existência.
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O VAZIO CRIATIVO: UM ARTIGO NIETZSCHIANO SOBRE A FOME DE SENTIDO HUMANO
O homem é um abismo que ecoa, não um poço que se enche. Este artigo examina como religiões e vícios servem de gesso existencial, dissecando os arquétipos projetados para encobrir a nudez do nada. Concluo propondo a criação de sentido próprio como antídoto.
Confrontar o vazio interior é tarefa para poucos, mas destino de todos. A maioria tapa o buraco com dogmas, drogas ou distrações de silicone. Pergunto: por que preferimos a anestesia à lucidez?
O vazio não é doença, é condição. Somos criaturas lançadas num universo sem manual, condenadas a gerar sentido onde não há parâmetros. Falta dói; logo, inventamos promessas para calá-la.
Templos fornecem morfina metafísica em doses litúrgicas. Credos vendem esperança pré-embalada: salvação “pague depois”. O fiel bebe segurança e chama a embriaguez de fé. Resultado: dependência crônica do invisível.
Quando Deus vacila, entra o marketplace da dopamina. Likes, álcool, pornografia, uísque de status — tudo serotonina à pronta entrega. Cada clique é micropulsação de sentido importado. O mercado sabe: a alma faminta paga caro por qualquer migalha.
Pai celestial, mãe terra, salvador ferido: bonecos projetados em tela cósmica. São espelhos onde pregamos mitos para não encarar a face nua.
O arquétipo assume o risco que tememos carregar. Assim terceirizamos a autoria da nossa própria história.
Quando o espelho quebra, a vertigem aparece: quem sou eu sem as próteses? O niilismo não é inimigo; é diagnóstico. Exibe o tumor das ilusões e convida à cirurgia da autenticidade. Quebrar ídolos não é vandalismo, é higiene. Destruir muletas mentais dói, mas abre espaço para músculos da vontade. O martelo filosófico é convite à autorresponsabilidade radical.
Em vez de preencher o nada, transformemo-lo em tela. Forja tua própria chama, define teus próprios valores. Torna-te autor e ator do drama cósmico, não figurante de um script alheio. A liberdade assusta, mas é a única forma de grandeza.
O vazio é matéria-prima, não sentença. Religiões e vícios são curativos temporários em feridas de infinito. Aceita o abismo, lança sobre ele a ponte do teu próprio sentido, e verás que o nada pode florescer quando regado com vontade. A alma humana deixa de ser buraco e vira constelação quando assume o poder criativo.
ENTRE AS RUÍNAS DO AMOR MODERNO, ou Um diálogo interior em forma de monólogo inquisidor - O que é romantismo?
O que é o romantismo?
É flor? É vinho? É dor pintada com perfume? É o ato do homem que se inclina, oferecendo o coração em bandeja, esperando que a mulher o aceite como prêmio ou o rejeite como servo?
Caminho hoje entre os homens e percebo que se construiu uma ideia — bela à primeira vista — mas envenenada na essência: a de que o homem deve ser o eterno provedor de afeto, o portador das flores, o escrevente das poesias, o doador de tudo, enquanto a mulher é o altar, o destino, o troféu.
Pergunto: por que o amor verdadeiro necessitaria de encenação? Por que há de um se curvar para que o outro se sinta elevado? Se há amor, não deveria haver simetria?
Vós vos dizeis modernos, mas viveis como cativos de uma fábula antiga. O homem, ensinado desde menino, aprende que deve conquistar. Que a mulher é fortaleza a ser vencida. Que seu valor está na capacidade de prová-lo, agradá-la, sustentá-la, idolatrá-la. E se assim não o fizer, é indigno, frio, insensível.
Mas não há injustiça em tal crença? Não é este um papel servil disfarçado de cavalheirismo? Ora, se o romantismo exige do homem todo esforço, toda entrega, e à mulher toda exigência, então ele não é amor — é teatro. É contrato tácito onde um doa e o outro recebe.
E que tragédia nasce disso! Homens frustrados, esvaziados, endeusando mulheres que os desprezam. Mulheres que, em sendo colocadas num pedestal, tornam-se inatingíveis, não por virtude, mas por conveniência. Assim, a deusa não ama, apenas é adorada. E o servo não é amado, apenas útil.
Será esse o amor que promove a alma? Ou será prisão de ilusões, onde se troca liberdade por idealismo estéril?
Interrogo ainda: será que o romantismo favorece a mulher? Ou será que também a aprisiona? Pois se ela é ensinada a ser desejada e não a desejar, a ser servida e não a servir, a ser conquistada e não a conquistar, então ela também não ama — apenas reina. E reinar sem reciprocidade é solidão coroada.
Portanto, desconfiemos do romantismo como estrutura. Interroguemos seus fundamentos. Quem lucra com ele? Quem perde? Quem finge? Quem sofre?
O amor deve ser encontro de iguais, não escada social, nem idolatria.
Devemos destruir o pedestal, não para rebaixar a mulher, mas para que ambos caminhem lado a lado, e não um sobre os ombros do outro.
Pois o que é mais belo: um amor sincero entre dois seres livres? Ou um ritual de dominação recíproca, travestido de afeto?
Amai, sim. Mas amai com olhos abertos. O romantismo, quando se torna exigência e não escolha, é veneno com gosto de mel.
E como sempre digo: conhece-te a ti mesmo, antes de oferecer teu coração como oferenda a quem talvez nem saiba o que é amor.
Todos os textos são autoria de Giliardi Rodrigues. Proibida a reprodução de qualquer texto sem prévia autorização do autor.