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24 de junho de 2025

Quando o nada tem muito a dizer

     



      Aceita um café?

    Desde os primórdios o mundo é estranho, as pessoas parecem caminhar em círculos e ao mesmo tempo de forma aleatória… como se obedecessem a uma coreografia escrita por um roteirista bêbado. As ruas continuam lá, mas não levam a lugar algum. Os rostos? Familiares demais para serem desconhecidos… estranhos demais para serem lembrados.

    Você percebe isso também, não é? O relógio na parede nunca marca a hora exata. Ele atrasa… mas só quando você precisa que adiante. E quando bate meia-noite, escuta? É como se o tempo segurasse o fôlego por um segundo — só pra lembrar que ele está vivo.

    Não se assuste com o som da porta rangendo. Ela sempre faz isso, principalmente quando ninguém a tocou. A casa tem seus próprios hábitos. Gosta de ouvir conversas vazias, monólogos dispersos, palavras ditas por dizer. Ela se alimenta disso. Do silêncio cheio de sons que só ouve quem não tem nada a dizer.

    Aliás… você já reparou nas sombras? Não nas óbvias — essas são inofensivas. Estou falando das que se mexem antes da luz. Das que têm intenção.
Tem uma bem atrás de você agora. Mas não se vire. Isso só as deixa nervosas.

      Outro café?

    O mais curioso é que ninguém sabe exatamente o que estamos fazendo aqui. Estamos todos sentados à mesa de um jogo sem regras claras, mexendo peças que nem sabemos se são nossas. Já parou pra pensar que talvez tudo isso seja um ensaio? Uma primeira leitura? E que, na hora da estreia, talvez você nem tenha falas?

    Às vezes penso que estou num sonho de alguém que me esqueceu no fundo da mente. E você... você parece ter consciência demais pra ser só uma invenção. Ou seria exatamente isso o que uma invenção pensaria?

    Não responda ainda. Ouça primeiro o som da chaleira.
    Não temos pressa.
    Afinal, é só uma conversa. Sobre nada.
    E o nada... tem muito a dizer.



2 de fevereiro de 2022

Do passado ao presente.

 



Por tantos olhares atravessados

E desejos ocultos,

O tempo trouxe ao presente o passado

Um sentimento claro e enxuto,

O que sempre ficou guardado

Agora recebeu indulto.

 

Bastou um despertar

E aflorou os sentimentos,

Quem poderia imaginar

Que não era apenas um momento?

Pode dar o que falar

Aconteceu com pleno consentimento.

 

E agora, o que poderá ser?

Um instante ou uma biografia?

Só não consegue ver

Que nunca esteve em sintonia.

Há coisas que não é para entender

Ou quem sabe explicamos algum dia.

 

 


10 de dezembro de 2011

Me leve para qualquer lugar, mas me leve.




Me leve para bem longe
Ou para bem perto dos teus seios,
Me leve para onde a luz se encontra com o mistério
Ou onde a minha alma possa repousar na tua,
Me leve para fora do mundo
Ou para dentro da tua casa em baixo dos teus lençóis,
Me leve para o fundo, no mais profundo oceano
Ou para espaço onde possamos pisar estrelas,
Me leve na cadência do ritmo
Ou para o caos onde residem teus medos,
Me leve de ultraleve para os céus
Ou de mãos dadas para o jardim do Éden,
Me leve para o caminho do pecado
Ou para contemplar as sete maravilhas do mundo,
Me leve para onde não possa imaginar
Ou para tomar um sorvete na esquina,
Me leve a compor a mais linda poesia
Ou para jantar com tua família,
Me leve para galopar pelos campos
Ou para lhe dizer coisas que gostas de escutar,
Me leve para a selva selvagem
Ou para jurar até que a morte nos separe,
Me leve para dançar bolero
Ou para degustar queijo suíço e vinho do Porto.
Me leve para ser sempre teu amor
Ou me leve para qualquer lugar, mas me leve!

9 de novembro de 2010

Bem mais do que antes.



Nada se compara a um sentimento verdadeiro,
Nada como uma vida restaurada
Para uma paixão renovada.
Quero-te agora mais do que dantes,
Sempre e sempre
Bem mais do que antes.
Sou a tua metade
E a parte que lhe completa como inteiro,
Ensina-me a fazer toda tua vontade
Que me deleito na tua boca e me perco com teu cheiro.




27 de outubro de 2010

Taste


Por Giliardi Rodrigues

Favos de mel
Fontes de segredos
Manancial de água-vivas
De acordo com o enredo.
Pedaço de céu
Sabor de beijo
Olhar de alegria
É tudo o que vejo.

Primeira paixão
Cartas de amor
Sonho encantado
Apenas uma flor.
Verdade ou não
Triste é a dor
Solidão entristece
Que não conhece o amor.

Todos os textos são autoria de Giliardi Rodrigues. Proibida a reprodução de qualquer texto sem prévia autorização do autor.

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