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19 de junho de 2025

O Enigma de DEUS e suas contradições, ou Suas Complexidades e Perplexidades.



DEUS cria o tempo, o espaço, o ser,
Mas entra no tempo para sofrer.
DEUS tudo vê, tudo sabe e tudo faz,
Mas se encarna num corpo que sangra em paz.

DEUS nasce de virgem, sem sêmen ou dor,
Criador da mãe que o gerou no amor.
DEUS, o eterno, viveu como um homem,
Sentiu fome, chorou, foi chamado pelo nome.

DEUS ora a DEUS com lágrimas quentes,
Temendo a cruz e os cravos ardentes.
DEUS suplica: “Afasta de mim este cálice”,
Mas DEUS responde com silêncio e análise.

DEUS sacrifica DEUS para apaziguar DEUS,
Num plano secreto entre os céus e os céus.
DEUS não quer a morte, mas a aceita calado,
Pois DEUS ordenou que fosse imolado.

DEUS, que criou a lei com Sua mão,
Morre para cumprir Sua própria sanção.
DEUS é juiz, cordeiro e altar,
A si mesmo se entrega para se justificar.

DEUS foi cuspido por sua criação,
Humilhado, nu, sem proteção.
Pendurado em dor, clama em agonia:
“DEUS meu, DEUS meu”, no fim do dia.

Mas como pode DEUS abandonar DEUS,
Se DEUS é um, não dois, nem três céus?
DEUS sente ausência, mesmo onipresente,
Morre mortal, mas é onipotente.

DEUS é enterrado, a pedra rola,
O Criador jaz mudo, sem fala.
Mas no terceiro dia, a luz resplandece,
DEUS levanta DEUS e a morte estremece.

DEUS sobe aos céus e se assenta consigo,
À direita de DEUS, Ele é Seu próprio abrigo.
Intercede a DEUS por quem DEUS escolheu,
Mas pune eternamente quem não creu.

DEUS ama a todos, com fogo e temor,
Mas lança no inferno quem rejeita o amor.
DEUS oferece graça, mas com condição,
Eterna salvação por aceitação.

DEUS é amor, mas Seu fogo devora,
Espera que O aceitem, ou destrói sem demora.
DEUS dá livre arbítrio, mas exige um “sim”,
Senão o castigo é não ter mais fim.

DEUS é espírito, mas habitou um ventre,
Eterno no tempo, presente e ausente.
DEUS não muda, mas muda o testamento,
Deus da velha aliança, agora mais lento.

DEUS conhece o fim antes do início,
Mas se decepciona com cada vício.
DEUS julga tudo, mas precisa provar,
Que a cruz foi o preço do Seu próprio julgar.

DEUS salva pela fé, mas quer obediência,
Quer obras, doutrinas, e penitência.
DEUS é simples, mas de difícil entender,
Um ser que é três, mas não pode se dividir.

DEUS é Senhor, lava os pés do traidor,
Permite o beijo que sela a dor.
DEUS é Rei, mas cavalga um jumento,
Deixa-se prender sem nenhum lamento.

DEUS é a luz que habita em mistério,
O fogo que consome e o coração sério.
É paz que guerreia, amor que castiga,
O abraço e o açoite em mesma medida.

DEUS é Pai do Filho, que é DEUS também,
E ambos enviam DEUS, que em todos vem.
Um só ser, três consciências divinas,
Insondável lógica das escrituras finas.

E se você não crê em DEUS como DEUS quis,
Não importa se foi bom, reto ou feliz,
DEUS te lança fora da Sua presença,
Pois a fé é cláusula da Sua sentença.

DEUS criou o mundo, a cruz, o inferno,
Tudo se fecha num ciclo eterno.
DEUS venceu a si mesmo no calvário,
Num drama divino, cruel e necessário.

E a humanidade assiste, perplexa e pequena,
A um DEUS que é drama, amor e condena.
Um DEUS que se mata para se aplacar,
E exige do homem apenas… crer e amar.




Todos os textos são autoria de Giliardi Rodrigues. Proibida a reprodução de qualquer texto sem prévia autorização do autor.

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