A música é o instante em que a dor se cala,
É brisa leve a embalar o pensamento,
É voz que surge quando o mundo rala,
É luz que canta dentro do tormento.
É nota pura que no peito embala,
É pranto doce em tom de esquecimento,
É alma nua que se faz vassala
Do som que vem, sem tempo e sem lamento.
Ser música é viver de ouvido aberto,
Sentir no sangue o ritmo desperto
E no silêncio ouvir a melodia.
É transformar tristeza em claridade,
E ser feliz, com nobre simplicidade,
Por um acorde em plena sinfonia.
É dom sagrado em forma de emoção,
É arte viva, voz do invisível ser,
É ponte etérea entre o céu e o chão,
É verbo mudo a nos fazer viver.
É trovador que canta o coração,
É lar antigo a nos reconhecer,
É chama antiga em nova combustão,
É tudo aquilo que não dá pra ver.
Música é lágrima que dança o riso,
É pão da alma, bálsamo preciso,
É cura oculta em forma de prazer.
É voz de Deus soprando no ouvido,
Um som do tempo que jamais tem sido,
Mas que nos faz, por um instante, crer.
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