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5 de maio de 2025

A dor de um homem que encontrou a liberdade e a solitude no vazio que as pessoas buscam e não encontram, ou no fim, pode ser tudo o que preciso.


 

E tudo se desfaz diante dos meus olhos;

A fé, a esperança e o amor!

A religião se revelou demagoga e vazia,

A política se mostrou dominadora e ineficaz,

As pessoas que eu amava e confiava me traíram.

 

Sobraram apenas os escombros da crença,

As ruínas frias do que um dia foi abrigo.

As promessas viraram cinzas ao vento,

E o silêncio agora grita mais alto que qualquer clamor.

 

A alma antes cheia de luz agora vagueia nas sombras,

Procurando sentido entre cacos de sonhos partidos.

Cada sorriso que recebi virou máscara,

Cada abraço um disfarce para a punhalada.

 

A esperança? Um quadro desbotado na parede da memória.

O amor? Uma lenda contada por tolos aos seus filhos.

E a fé? Um grito que ecoa num céu surdo e indiferente.

 

Tudo que restou foi a verdade nua e cruel:

O mundo não é justo. Nunca foi.

A justiça é um conceito, não uma prática.

A bondade é exceção, não regra.

E o homem esse ser civilizado é só um lobo bem vestido.

 

Mas no caos encontrei algo mais puro:

A liberdade de não crer, de não esperar,

De não me curvar diante de deuses, líderes ou afetos vazios.

Ergui-me sobre os cacos, sangrando, mas desperto.

Não tenho certezas, mas tenho olhos abertos.

Não tenho fé, mas tenho coragem.

Não tenho amor, mas tenho lucidez.

 

E isso, no fim, pode ser tudo o que preciso.




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