Não importa o quanto você se doa — haverá quem diga que foi pouco.
Não importa o quanto você sorri — haverá quem deseje sua tristeza.
O mundo não tem justiça para quem sente demais, para quem oferece a alma sem filtro,
para quem vive com o coração exposto como bandeira em dia de tempestade.
Ontem, os olhos que brilhavam por você, hoje desviam como se fossem cegos.
As mãos que seguravam as suas com força, hoje empurram sua ausência para longe,
e os lábios que murmuravam promessas, hoje selam silêncios frios e definitivos.
Mas veja — há algo de divino na virada do inesperado.
Da sombra brotam flores, do esquecimento nascem encontros.
É quando você pensa estar só, que a vida sussurra:
“Ainda há amor, só que em outras direções.”
Quem te ignorava passa a te escutar com reverência.
Quem te julgava descobre que também carrega falhas.
E os que se foram… ah, esses jamais voltam do mesmo jeito.
São apenas ecos do que um dia fingiram ser.
A dor tem o dom de lavar a alma.
Cada lágrima é uma chuva que limpa a estrada.
Cada mágoa é tijolo no templo da sua força.
A vida te quebra nos mesmos pontos onde deseja te tornar forte.
E os cacos que sobram? São o mosaico da sua reinvenção.
Você não é amado por aquilo que mostra,
mas por aquilo que vibra quando ninguém está olhando.
E você não é odiado por suas falhas,
mas por fazer brilhar onde outros se apagam.
O paradoxo da existência é cruel:
os aplausos e os apedrejamentos vêm da mesma plateia.
Muda o figurino, muda o enredo,
mas os olhos que te julgam são os mesmos que um dia te desejaram vitória.
Não lamente o que perdeu.
Perdas são filtros da verdade.
Só fica quem reconhece sua essência sem precisar de legenda.
Continue sendo quem é — com alma inteira,
mesmo que sua luz incomode olhos acostumados com a penumbra.
Pois, no fim, os que te amam por quem você é
valem infinitamente mais do que os que te amaram pelo que imaginaram.
A existência não pede explicações.
Ela apenas revela quem é quem,
no tempo exato em que você aprende a ver.
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