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29 de maio de 2025

Perguntas para DEUS.



Se eu estivesse por um átimo de eternidade,

Diante do Inefável, face a face com o Inominável,

Com os olhos nus diante do abismo que tudo vê

E que nada responde, a menos que se pergunte com dor,

Faria cinco perguntas sem disfarce, sem joelhos dobrados,

Apenas a mente em pé, o espírito em chamas.

 

Primeira pergunta: Deus, por que criaste o tempo,

se Tu mesmo não és por ele tocado?

Por que lançaste os seres na prisão das horas,

onde tudo nasce apenas para morrer?

Seria o tempo uma escola ou uma sentença?

 

Segunda: Por que a dor é a linguagem mais clara

com que a alma aprende a ouvir o mundo?

Se o amor é Tua essência, por que ele é tão frágil

perante a violência, a ausência, o abandono?

Ou seria a dor o próprio ventre do amor mais profundo?

 

Terceira pergunta: Deus, a liberdade é real

ou apenas a ilusão mais bem esculpida?

Se sabes tudo antes que seja,

nossos atos são escolhas ou teatro bem ensaiado?

O livre-arbítrio é bênção ou artifício?

 

Quarta: O mal tem existência própria,

ou é apenas sombra onde Tua luz não chega?

Se Tu és onipresente, o inferno é dentro de Ti?

E se o diabo é uma criação, quem é seu autor?

Somos nós os monstros ou apenas espelhos?

 

Quinta e última: Por que te ocultas,

se todo coração busca Tua face em segredo?

Por que criaste um universo repleto de enigmas,

mas não deixaste um só livro onde todas as páginas fossem claras?

Tu nos queres crentes ou conscientes?

 

E ao fim, talvez o próprio Deus ficasse em silêncio,

não por desprezo, mas por respeito à dúvida.

Pois há perguntas que são mais sagradas

do que as respostas que poderiam contê-las.

 

Agora te pergunto, e tu, leitor das entrelinhas do invisível,

se estivesses diante do Criador, o que perguntarias?



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