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21 de fevereiro de 2025

Entre a Realidade e o Delírio, ou A Ilusão do Último Pensamento.

        


         As sombras que me assombram são pesadelos sem peso na realidade. Meus pensamentos são toneladas de conjecturas e subjetividades. Por vezes tenho argumentos densos e momentos rasos para exemplificar o que sinto, é como estar sóbrio e sentir mergulhado em um rio de absinto.

        As certezas que construo desmoronam como castelos erguidos sobre nuvens. Minha mente, inquieta e incansável, desenha cenários onde sou o arquiteto e o invasor, o criador e o sabotador. O que penso me guia, mas o que sinto me trai, e entre a razão e o delírio, danço como um fantasma que não sabe se pertence ao mundo dos vivos ou dos sonhos.

        Às vezes, carrego verdades que brilham como constelações perdidas em um céu sem noite. São fragmentos de lucidez que cintilam, mas nunca iluminam o suficiente. No instante em que tento tocá-los, eles se dissipam como o vapor de um copo esquecido ao lado de uma janela aberta. Então me pergunto: sou feito de matéria ou de ilusões?

        Os silêncios que me habitam são mais estrondosos que qualquer tempestade. Há neles um peso invisível, um significado oculto que nem mesmo a lógica mais afiada consegue decifrar. Talvez seja essa a natureza do mistério, existir não para ser compreendido, mas para ser sentido, como um vento frio que arrepia a pele sem jamais ser visto.

        E se as palavras que digo não forem realmente minhas? E se elas forem ecos de um passado que insiste em sussurrar através de mim? Há momentos em que minha voz me soa distante, como se eu fosse apenas o narrador de uma história que nunca escrevi. Quem, então, segura a pena que desenha os contornos da minha existência?

        As sombras que me assombram já não sei se são minhas ou herdadas de um tempo antes de mim. Talvez sejamos apenas reflexos de medos antigos, perpetuados por gerações que nunca tiveram coragem de nomeá-los. O desconhecido sempre tem mais peso do que o que podemos tocar, e ainda assim, seguimos tateando o vazio como se nele houvesse algo a ser descoberto.

        E há. Sei que há. Há um segredo escondido na dobra dos dias, um código que se revela apenas aos que têm coragem de questionar. Mas quanto mais pergunto, mais percebo que a resposta escapa, como se a verdade fosse um peixe ágil nadando em águas cada vez mais profundas. O que há no fundo desse oceano de incertezas?

        Minha mente é um labirinto onde cada saída leva a uma nova entrada. Dou voltas sobre mim mesmo, tentando escapar de algo que talvez seja apenas um reflexo distorcido no espelho da minha própria consciência. Mas e se, ao encontrar a saída, eu perceber que o mundo lá fora não passa de outro labirinto, ainda maior?

     Não há muros que me prendam além daqueles que construo sem perceber. São paredes invisíveis, erguidas com tijolos de medo, cimento de dúvida, vigas de um passado que insisto em carregar. E no entanto, sei que basta um pensamento para que tudo desmorone. Mas por que, então, hesito em derrubar essas barreiras?

        Talvez porque, no fundo, eu tenha medo de descobrir que não há nada do outro lado. Que a liberdade absoluta seja apenas o vazio mais absoluto. Que a segurança das minhas prisões seja preferível à vertigem do infinito. Ou talvez, porque a resposta esteja justamente na queda, na coragem de saltar sem saber se há um chão para me receber.

        E se tudo isso não passar de um sonho? Se cada palavra que escrevo for apenas um eco de algo que nunca existiu? Se o tempo for apenas um truque e a realidade uma ilusão habilmente encenada por forças que sequer ousamos nomear?

 

Afinal, se a resposta não existe, quem fez a pergunta?

13 de fevereiro de 2025

A Teoria Quântica dos Sentimentos Ocultos, ou O Código das Confissões Silenciosas



    Sente-se, vou servir um café ou prefere um whisky? Vamos conversar sobre a teoria quântica dos sentimentos e a filosofia que adorna a paixão, despertando desejos que ninguém ousa confessar. Não tenha pressa. O tempo aqui é elástico, dobra-se sobre si mesmo, distorce-se entre o que foi dito e o que jamais poderá ser pronunciado. Há segredos que não cabem na linguagem, porque palavras são traiçoeiras – elas não apenas revelam, mas deformam. E o que eu tenho para dizer não pode ser deformado.

    Você já sentiu algo tão profundo que a simples ideia de expressá-lo o fazia tremer? Já segurou um pensamento proibido entre os dentes, temendo que ele escapasse em um suspiro descuidado? Não estou falando de amores comuns ou culpas banais. Estou falando daquilo que se aninha no peito como uma serpente silenciosa, enrolando-se em torno do seu próprio nome, sussurrando verdades que ninguém deve ouvir.

     Há sentimentos que vivem na clandestinidade da alma, exilados por uma lógica cruel e arbitrária. Sentimentos que, se revelados, destruiriam certezas, desorganizariam a harmonia forjada com tanto esforço. Você já olhou nos olhos de alguém e percebeu que, se dissesse o que realmente queria, o mundo desmoronaria? Que uma confissão simples seria como um incêndio voraz consumindo pontes e atalhos, deixando apenas cinzas e espanto?

    Ironia das ironias: quanto mais se oculta, mais se torna evidente. O silêncio grita, o desvio de olhar denuncia, o riso fora de hora entrega. Os gestos tentam mascarar, mas a alma nunca aprendeu a mentir com perfeição. Engraçado, não é? O esforço para esconder só alimenta a curiosidade alheia. Mas este segredo... ah, este não pode ser descoberto. Porque ele não apenas perturba, ele reconfigura tudo.

    E se alguém suspeitasse? E se, por um instante, alguém percebesse os sinais, ligasse os pontos, decifrasse o código? Há um risco calculado em cada palavra dita, um perigo latente em cada pausa. Será que o mistério seduz ou apavora? O que é mais tentador: saber a verdade ou permanecer na doce ilusão da ignorância?

    Talvez, no fundo, todos carreguem algo assim – uma sombra, uma ausência, um nome jamais pronunciado. Algo que pesa nos ombros mesmo quando se tenta esquecê-lo. Mas e você? O que está escondendo agora? O que evitaria dizer, mesmo que o mundo estivesse à beira do colapso?

     Não precisa responder. Apenas beba seu café... ou seu whisky. E finja, como eu, que este segredo nunca existiu.




11 de fevereiro de 2025

Entre o Eterno e o Efêmero: Uma Ode à Vida



Na aurora de um instante desponta o enigma sagrado,

Cada sopro do vento é um verso em segredo entrelaçado;

Na dança incerta do tempo onde o efêmero se faz eterno,

Desperta o mistério do ser em um pulsar quase moderno.

 

Com ética e responsabilidade  moldamos o lume do viver,

Um farol que entre sombras nos guia sem se render;

No entrelaçar de escolhas de amor e de compromisso,

Descobrimos que a razão é o fio que tece o nosso improviso.

 

Prazer, doce chama que arde fugaz como o brilho do luar,

Convoca-nos a celebrar o instante mesmo sem o amanhã a pairar;

Cada riso, cada lágrima é um mosaico de paixão e dor,

Em que o mistério da existência se revela em seu esplendor.

 

No labirinto das incertezas onde o destino se faz trama,

Cada passo é uma paráfrase um enigma que inflama;

Entre rimas e silêncios entre sombras e clarões,

A vida se mostra como um livro de profundas reflexões.

 

Somos poetas do acaso, navegantes no mar do incerto,

Erguendo pontes de sentimentos num universo sempre aberto;

E a ética que nos guia como um compasso em nota pura,

Revela que viver é um ato de amor, de fé e de ternura.

 

Nos espelhos da existência o reflexo é vasto e singular,

Cada verso ecoa segredos que o tempo insiste em guardar;

Em cada alvorecer a dúvida dança com a certeza,

Entre o existir e o nada desabrocha a essência.

 

Assim entre o sagrado e o mundano se desenha nossa jornada,

Onde o mistério se mistura ao sonho numa trama encantada;

E mesmo que o amanhã se perca na bruma de um destino velado,

O presente se torna um hino um ato sublime e apaixonado.

 

Que o encanto de cada palavra seja um convite para sonhar,

A vida complexa sinfonia nos ensina a amar e a arriscar;

Pois na dança do agora, em meio à dúvida e ao fervor,

Reside a razão de viver: ética, amor e eterno esplendor.




5 de fevereiro de 2025

A verdade em sucumbência



Em tese todos os meus argumentos

Jaz desfalecidos,

As verdades absolutas

Se desfizeram,

As agendas permanentes

Não tem valor algum.

 

Em verdade vos afirmo

Que a fé foi inventada,

O mundo acredita

Naquilo que nunca existiu,

A estorias primitivas

Se tonaram historias reais.

 

Não há o que fazer

E nem o que refutar,

Não há tempo para perder

Se nada podemos mudar,

Como podemos compreender

Se nem sabemos como explicar.

 

Se a razão se esvaiu

No vento da conveniência,

E a dúvida sucumbiu

Diante da obediência,

Que verdades restam

Além da incoerência?

 

Os livros sagrados

Foram lidos ao avesso,

Reescritos em dogmas

Por quem dita o progresso,

E a voz da ciência

Ecoa em falso endereço.

 

Se tudo é ilusão

E a crença nos governa,

O ciclo se repete

Numa marcha eterna,

Pois a verdade muda

Mas a cegueira é eterna.




24 de janeiro de 2025

O silêncio, o mistério e a verdade, Ou pobres, idiotas e miseráveis que somos.



Meu silêncio é misterioso,

É como um cálice de vinho que degusto morosamente.

O que mais me dói é o meu senso critico

E a forma de analisar a vida dentro de parâmetros realistas.

Enquanto meus sentimentos mentem,

A razão me confronta como a obra expõe e desnuda o artista.

 

Enquanto os idiotas são felizes

Os sábios se afogam ao saber que tudo é uma ilusão,

Alguns acreditam que há muitas diretrizes

Mas a real está em uma única direção,

A vida é como acreditar no amor

E sempre adoecer e morrer de paixão.

 

A cada dia que passa tecnicamente é um dia a menos

A vida soma se subtraindo,

É nas palavras e nos sonhos que nos perdemos

Acreditando que a verdade está se abrindo,

Mas a sabedoria pesa sobre nossos ombros

Enquanto o tempo implacável vai seguindo.

 

A noite sempre cai em silêncio profundos

E refletimos sobre os caminhos que escolhemos,

Entre sorrisos, lagrimas e amores fecundos

Descobrimos que na vida estamos apenas sendo

Uma busca pelo o orgulho sem sentido.

Inconstantes e como navegantes nos perdemos. 




10 de janeiro de 2025

É sobre isso



Pelos os caminhos tortuosos da vida

Encontramos tesouros singulares pelos quais chamamos de amizade.

Encontros que nos permitem experimentar e compartilhar risos e lágrimas (...).

 

Nos dias de sol,

Nas noites sem fim,

A lealdade é um farol,

Um guia pelo o jardim do Éden,

É como andar sobre as aguas de mãos dadas.


Um repouso sobre o peito,

Um abraço apertado e um aceno de carinho,

A confiança é um porto seguro,

Um juramento sem palavras,

Um cristal que nunca irá se quebrar.

 

O afeto que a distancia não olvida,

A conexão que as energias se equilibram,

A poesia que canta e faz dançar,

O respeito que não precisa cobrar,

É sobre isso. 




11 de dezembro de 2024

Espirito livre e coração grato.



Na espiritualidade dos meus pensamentos encontro paz,

Uma conexão profunda entre a razão e os sentimentos,

A ética e a moral guiam meus passos

Assim como a disciplina molda quem sou.

 

Dentro de mim encontro forças e inspiração,

Liberdade para viver sem hesitação,

Gratidão por cada amanhecer

E oportunidades para viver e crescer.

 

O meu ser é meu refugio,

Meu amor incondicional e sempre presente,

Forças para perseverar

A luz para iluminar meus caminhos.

 

Amar a si mesmo é um dom precioso e raro,

Viver cada momento é uma dádiva,

Emancipar a realidade é criar e ir além,

Gratulação é tudo que tenho pela vida. 





3 de dezembro de 2024

Não antagônicos



Na mente clara a lógica faz reino

Domando o coração em sã razão

Mas o amor em seu fervor é pleno

Mostrando que há equilíbrio na paixão

Na chama intensa que arde com pureza

A razão norteia e segura a mão

Pois sentir é pensar com gentileza

Unidos seguem um só coração

 

O amor sereno com paixão dialoga

Dança suave em ritmos precisos

A razão fiel em seus passos logra

Unir o fogo aos cálculos concisos

E assim no todo o ser enfim descansa

Em razão e amor, vida se balança

Pois na fusão das forças complementares

Encontram-se os caminhos singulares

 

Na luz do amor a razão se expande

Guiando com firmeza sem perder

A chama que aquece e que engrandece

Transformando em luz o obscuro ser

Amor e razão, dois rios que se encontram

Fluindo juntos em harmonia

Pois quando um ao outro se entrelaçam

Surge a mais bela sinfonia

 

Nas águas calmas, no fogo intenso

A razão e o amor se compreendem

Ambos são vitais e coexistem

Em cada coração, enfim se estendem

A paixão impetuosa, a razão tranquila

Unem-se no mistério do viver

Ambas são faces de uma mesma vida

Que se completam, sem se opor

 

E no infinito ciclo do sentir

Amor e razão são nossa guia

Em seus caminhos seguimos a fluir

Na busca eterna pela sabedoria

A mente clara e o coração ardente

São forças que nos fazem prosseguir

Na dança da vida, seguem em frente

Unindo o pensar e o sentir




2 de dezembro de 2024

Os sete pecados sob uma nova perspectiva



No abismo onde reside a alma, sete pecados assombram e pairam sobre a consciência.


1. O orgulho se julga superior a todos, não se curva aos ventos e não se comove com os sentimentos, tão pouco se vislumbra com a lógica dos pensamentos.

2. A avareza tem as mãos cobiçosas, acumula riqueza e se olvida das verdadeiras joias. Não sabe o que são princípios e valores.

3. A luxúria tem olhares ardentes, a mãe da sedução e da corrupção. Se vale de prazeres momentâneos.

4. A ira possui o furor, a raiva injusta, destrói e fere sem piedade.

5. A inveja carrega no seu olhar o ressentimento, a cobiça o que é alheio e nunca se contenta com nada.

6. A gula busca seus excessos, devora tudo, pensa apenas em consumir sem limites e sem medidas.

7. A preguiça com indolência e sono, esquece o dever e não se levanta ao sol.


Quando se reconhece o erro, gera arrependimento. A graça divina nos acolhe e nos oferece perdão - uma nova oportunidade.


1. O orgulho se rende a humildade

2. A avareza se converte em caridade

3. A luxuria se transforma em amor

4. A ira se acalma com a paz interior

5. A inveja enxerga admiração

6. A gula se modera com temperança

7. A preguiça se levanta com diligencia


A alma agora livre, brilha como uma estrela. Quando há arrependimento, há perdão - a redenção é real. 




Todos os textos são autoria de Giliardi Rodrigues. Proibida a reprodução de qualquer texto sem prévia autorização do autor.

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