O amor romântico é a pior de
todas as drogas. Ele rouba os sentidos e expõe toda a mazela do ser humano. Chega
a ser sobrenatural a mudança de hábito e postura quando uma pessoa é tomada por
tal comiseração. É um sentimento deplorável e irracional, é uma exposição de
tudo que há de alucinação e loucura dentro do ser. Alguns possuem a ideia de
que o amor é eterno e imortal. Entretanto, a realidade não se conforma com esta
dissertação. O amor é uma fantasia que traz conforto como a fé. Quem diz que
ama, carrega no peito a dor do sacrifício, da escolha de fazer pelo o outro o
que o outro não pode retribuir. Amor é doar o tempo, em outras palavras à própria
vida. Amar requer dedicação sem benefícios. O amor é mais que um sentimento ou
uma escolha – o amor é um suicídio irracional. Que beneficio se tem em amar? Nenhum
a não ser uma utopia. Há quem pense que deus ama a humanidade, mas ninguém se
quer pode provar a existência de Deus. Dizem que Jesus morreu por amor, mas se analisarmos
o texto friamente sem o pano de fundo religioso, ele foi apenas condenado de
forma injusta. Se pensarmos no amor entre mulher e homem – ele não existe. São uma
troca de prazeres e interesses de ambas as partes, tanto que quando a fonte do mérito
cessa, o amor falece. O amor de pais é filhos também soa como uma obrigação e
responsabilidade de consequências por atos impostos. O amor que os poetas tanto
descrevem é senão decepções por atos não correspondidos ou alegorias de vestíbulo.
A bíblia mesmo diz que o amor tudo sofre, tudo crê e tudo suporta, ou seja,
amar é sinônimo de sofrimento. Os gregos sistematizaram a ideia de amor em
ágape, fileo e Eros – três domínios variantes da mesma coisa. Muito se fala em
amor próprio, que em outras palavras soa como individualismo, egoísmo e
orgulho. Muito se fala em amar a DEUS sobre todas as coisas – mas qual DEUS? De
qual Cultura? O DEUS criador dos romanos, dos astecas, dos mulçumanos, dos
gregos, dos cristãos, dos babilônicos, dos nórdicos, dos maçons ou ainda outro?
Como posso amar meus inimigos sem ser hipócrita? Como posso amar o próximo como
a mim mesmo? Quem ama a si mesmo não é egocêntrico? O amor é para o ser humano
um juízo de condenação. Um peso impossível de ser transportado. Uma ideia que
ainda precisa ser maturada e destilada. Falar que ama é fácil. Demonstrar amor
tentando agradar é fácil. Morrer de amor também é fácil. Difícil é viver e carregar
este sofrimento quimérico em busca de sentidos e respostas.
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