Não quero escolher. Não preciso
escolher. Não tenho mais o direito de escolher. Pois, decidi não escolher nada.
Dizem que a vida é vontade de
Deus, outros vão dizer que obra do acaso e/ou fruto do destino. Mas há também que
diga que a vida só tem sentido pelo o poder que temos de escolher entre uma
coisa e outra.
Sinceramente, por muito tempo
andei perdido entre estes labirintos. Sempre me apresentaram dualismos e pontos
antagônicos como: “bem ou mal, bíblia ou ciência, preto ou branco, direita ou
esquerda, teísta ou ateu, verdade ou mentira, salvação ou condenação,
capitalismo ou comunismo, Real Madri ou Barcelona, graça e lei, EUA ou URSS,
bonito ou feio, céu ou inferno, sábio ou ignorante, alegre ou triste, sim ou
não” (...).
Por muito tempo o mundo que me
apresentaram tinha apenas dois lados e eu era sempre obrigado a escolher entre
um e outro. À medida que escolhia um se tornava inimigo do outro. Sequer me
deram a opção de não escolher ou escolher uma terceira opção. A vida parecia um
jogo pelo qual o meu futuro dependia estritamente de uma opção e outra. Eu nunca
conseguia compreender a razão deste vaivém. Já que não havia vitoriosos, mas
sempre um lado frustrado e submergido.
Isso foi me cansando e me desgastando (...).
Eu estava dentro do sistema, mas
de alguma forma sentia que não pertencia a ele e nem fazia parte dele. A matrix
tentava me direcionar, mas algo dentro de mim como uma força de potência
tentava me libertar. Por muito tempo eu pensei o que eles queriam que eu pensasse,
eu falava o que eles queriam que eu falasse, eu fazia o que eles queriam que eu
fizesse – eu era manipulado o tempo todo, mas não tinha uma consciência plena a
respeito disso.
O mundo te propõe e ao mesmo
tempo impõe padrões, formalidades, ritos, responsabilidades e obrigações. Se pararmos
para observar as pessoas, chegaremos à conclusão que quase toda a humanidade
caminha na mesma direção. E não importa a sua escolha ou o lado escolhido, pois
os caminhos seguem em paralelos e se encontram no final da linha. Toda a
verdade do mundo é relativa, o que é certo em um lugar é errado no outro e
vice-versa.
Existem padrões e receitas de
todos os tipos para ser feliz, bem sucedido, ter status, ser prospero, ter
liberdade e ser respeitado. Contudo, poucas pessoas tem ingresso a estes conhecimentos.
Não me refiro a livro de autoajuda, filosofias, truques, mandingas, sorte,
orações ou coisas do tipo. A ciência da verdade é muito mais profunda e
complexa.
Pouquíssimas pessoas chegaram a
esta conclusão e os que chegaram decidiram não participar e não compactuar
deste jogo de perde-perde. Quando sou obrigado a escolher entre uma coisa e
outra, a minha decisão é não escolher. Visto como a pessoa que tem que optar
entre direita e esquerda é certamente a pessoa que se encontra embaixo e nunca
em cima. As pessoas que se limitam entre deus e diabo ou céu e inferno seguramente
não pensam e se entregaram a conjecturas hipotéticas. As pessoas que discutem
ente socialismo ou capitalismo não tomaram consciência que é a mesma coisa, ou
seja, no socialismo o poder está nas mãos do estado e no capitalismo o poder
nas mãos de quem possui capital – quem está embaixo sempre será massa de
manobra. É necessário abranger o entendimento e compreender que entre o preto e
o branco existem centenas de milhares de tons de cinza. A ideia de feio ou
bonito é relativo ao padrão adotado. Logo, se não existem padrões, também não
existem formas de se comparar entre uma coisa e outra. Os valores estão trocados
e os princípios invertidos, os ignorantes arrotam supostas verdades e os sábios
são taxados de loucos e antiquados. É justamente neste momento que adoto a “lei
do silencio”, ninguém sabe se sou sábio ou um louco ignorante.
Pense nisso!
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