Que culpa tenho de ser quem sou? Sem
dúvidas, todas as acoimas são minhas. Sou delatado a todo o momento pelo meu
pensamento e pela a minha própria boca que insiste balbuciar delinquências que
não cometi, mas que tenho muita vontade de fazer. Um canalha em potencial? Ainda
não sei, mas gostaria muito de encontrar sentido e méritos naquilo que as
pessoas pensam a meu respeito. Sou condenado e executado todos os dias na
guilhotina que mesmo inventei para decapitar ideias e ideais convenientes a
minha arrogante maneira de pensar. Contradizente? Não! Poderíamos afirmar que
existem lacunas, ou melhor, um abismo antagônico entre o que sou e o que eu
queria ser.
A psicose é como um cálice de
vinho raro que poucos tem o prazer de degustar. É fácil condenar aquilo que não
se conhece, é conveniente aventar sobre o assunto que não se tem domínio. Talvez
os loucos estejam certos sobre outros e abrangentes pontos de vista. Mas o
nosso convencionalismo não nos permite enxergar que não existe verdade
absoluta. Porquanto, todas as pessoas tem boas justificativas para suas
mazelas.
Deixe-me esmorecer neste absinto.
Já não tenho poder de variar no que sou taxado. Teus conceitos ao meu respeito
não vão mudar, meus preconceitos em deferência ao mundo também não vão
modificar. Então, deixe como estar e não há mais nada a fazer.
Todas as pessoas estão certas
sobre o seu próprio egoísmo. É fantástico isso, é um modo de defesa natural.
Entende? É uma espécie de desejo satisfatório. É cupidez pela a utopia de
realização através de coisas ou pessoas. É uma dependência igualitária por
aceitação e autoafirmação. Muitos se afogaram neste mar e morreram sem antes
encontrar significado para este deturpo de querer o que não tem e de ser o que
não é. Quem disse que não sou o que sou, mas sou o que tenho? É uma analise no mínimo
complexa, pois uma vez que tenho tudo e abro mão de todos os bens para viver
uma vida mais humilde, deixo de ser? Ou me encontro com o meu verdadeiro “EU”
que não era nada ou apenas tinha?
Sou “canalha” por não andar e não
aceitar os arquétipos da multiplicidade? Agora não talvez, mas prefiro se
definido assim. Já não me importo com adjetivo pejorativo a minha pessoa. Nada
obstante, não queira saber o que penso. Pois se soubesse, desejaria me lançar
no Limbo para purificar juntamente com as almas penosas.
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