Você sempre chegou perto e quase
sempre teve razão em relação as tuas suspeitas. Eu chegava ficar apavorado e
suar frio por causa da sua percepção subjetiva (6º sentido). Todavia, Contudo,
porém e entretanto; eu sempre me fiz de desentendido, ou melhor, dissimulado. Você
me conhece bem e sabe que sou um péssimo mentiroso; mas em compensação sou um ótimo
guardador de segredos – nunca, jamais e em tempo nenhum alguém conseguirá
arrancar alguma confissão (nem sobre chantagens e nem sobre tortura).
Não minto, mas também não falo.
Hipoteticamente e sem modéstia, a
inteligência é algo inerente a minha personalidade (entenda como quiser). O velho
lobo observa mais do que fala, nunca ataca por impulsão ou por oportunidade. Às
vezes é necessário se ocultar, se afastar, se calar e manter-se a espreita simulando "tolo".
Aprendi com o tempo a domar a
minha personalidade colérica e desenvolvi aptidões de sentidos. A vida aos
poucos foi me lapidando como uma joia rara. Sentimentos comuns já não mais me
afetam, chantagens emocionais e joguinhos corriqueiros não mais me atingem. Logicamente
que não acho a frieza uma virtude, mas saber dominar seus próprios instintos é
uma forma inteligente de ser e exercer a plenitude da liberdade.
Às vezes deixo-lhe me prender
porque quero, deixo-lhe me levar para usufruir o melhor de cada momento. Deixo-lhe
falar o que quiser, às vezes até concordo com os disparates que diz. Deixo-lhe
fazer o que quiser, pois sei a força e o potencial que tenho de me libertar a
hora que eu quiser.
Sou eu que estabeleço os limites
e até onde você pode ir.
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