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4 de janeiro de 2024

O calcanhar de um sonhador

 



Sem saber onde, como e quando chegar

Sonhando se vai (...).

Criando expectativas,

Frustrando planos,

Chorando pelas esquinas,

Lamentando por águas passadas

Mas ainda acreditando na vida

Alimentando esperanças

Na loucura de conseguir.

 

Seja pela dor,

Seja por amor,

Seja pelas causas justas

Seja por se declarar merecedor.

A vida escreve novas páginas

Para que contemos histórias

Para que não possamos perder a fé

Ficaram palavras, poucas imagens,

Ou quem sabe alvitres.





O legado de um solitário

 



Sinto-me intenso

Na minha própria companhia,

A solidão que me abriga

Fez-me compreender que ninguém

Pode preencher o vazio que habita em mim.

 

Renunciei a muitos amores

Para viver o amor-próprio,

Acometi em mim,

Para trabalhar, estudar e evoluir.

Esta é a sina de um homem pleno em si mesmo.

 

Foi perdendo que aprendi a ganhar,

Foi sofrendo que compreendi viver,

Foi caindo que valorizei cada passo,

Foi sonhando que construí meu castelo,

Foi renunciando que alarguei valores.

 

Não sou apegado a coisas,

Tão pouco a pessoas,

Apego-me em projetos e objetivos,

Porque coisas acabam e pessoas morrem

Mas objetivos constroem legados.

 

Estou no mundo,

Amo o mundo,

Mas não sou deste mundo.

Não me apego a nada

Não levarei nada, mas deixarei lembranças.





A Poesia bruta e a rima contundente do pagode de viola, ou João Carreiro com seu jeito bruto e o coração mole.

 



Um homem com o jeito bruto

E com o coração mole,

Por que foste de repente e cedo demais?

Mas fica a tua poesia,

A tua música,

E a tua expressão.

 

Homem de fé,

De talento,

De riso fácil,

De originalidade.

 

Deixará saudades

No coração daqueles que te admiram

E se inspiram na poesia bruta

E na rima contundente do pagode de viola.

 

O céu ganha mais um anjo!





3 de janeiro de 2024

A lembrança de que nada ficou, ou o que um dia foi destinado e não exercido.

 



Lembrar você nada me desperta

Nenhum sentimento

Nada de mau ou de bom

Nenhuma saudade

Coisa nenhuma para contar

 

O tempo se encarregou de apagar

O que um dia foi destinado e não exercido (...).

 

Não sobrou estórias

Todas as palavras foram imêmores

Os teus “Eu te amo” foram olvidos (deletados e esquecidos),

Apenas uma página apagada,

Deslembrada e que não significa lhufas nenhuma

 

Guarde o vazio, o hiato e a lembrança do que nada ficou.





Fotografias imaginária de atos libertinos, ou o anseio insano de um gozo profano contido e agora realizado.

 



Dizer palavras libertinas no teu ouvido

Beijar a tua nuca

E roçar com a barba no teu pescoço

 

Sentir o teu cheiro impregnar no meu corpo

Te segurar forte pela cintura

E morder vagarosamente os teus seios

 

Descer com a língua no teu abdômen

Sentir a tua pele arrepiar

E tuas unhas cravar nas minhas costas

 

Te penetrar com toda intensidade

Ouvir os teus gemidos

E teu corpo tremendo de tanto prazer

 

Nada no mundo é melhor que o momento

De sentir o teu gozo

E você me desejando cada vez mais

 

 

O Desejo de um poeta descrito com todo o sentimento na letra de uma canção, ou a significância do amor em contraste com o momento da paixão.

 



Quando a poesia esgrima

A alma padece e se compadece de afeto.

A lembrança aperta,

A mente se alerta com o ímpeto que ronda por perto.

Bate forte coração

Acende a emoção por um segredo descoberto.

 

O amor é um sacrifico!

E não apenas o ofício de um sentimento.

E se entregar por inteiro,

Um tiro certeiro na eternidade em andamento

Já a paixão é o canto da Sereia

Que permeia a ilusão de um momento.

 

Cante com mais espontaneidade

A tua verdade com toda expressão,

Sinta a melodia penetrar

E harmonizar o solo da canção,

De longe observo

Como se de perto sentisse o teu coração.

 

 

Apenas isso

 


Provoca-me primeiramente,

Me olhe,

Me beije,

Me use,

E Sirva-se de mim (...).

 

Depois pode ir embora,

Me ignore,

Me cancele,

Me esqueça,

E não me procure mais.

 




31 de dezembro de 2023

A Mulher demônio, ou melhor, todas as coisas em uma só.

 




Ela tem todos os defeitos do mundo

Mas é tão cheia de si

E plena em suas palavras

Que a perfeição transborda através do teu olhar.

É muito desorganizada

Contudo, sabe resolver problemas com maestria.

É bonita e tem um carinha de anjo,

Também possui um ego demoníaco.

Sabe se comportar com elegância

Bem como, é voraz e perversa na cama.

Gosta de música, sair para dançar,

Provocar os homens na noite

E depois ir para igreja rezar.

Sim, ela é tudo isso

E mais um pouco.

Um poço de contradição,

Todas as coisas em uma só.

Possui mil personalidades

Sabe bem o que é formalidade e ser discreta,

Mulher intensa,

Fácil de apaixonar, ainda mais fácil para desapegar.

Não tem preconceitos,

Pega homem, pega mulher,

Ama ser pegada,

Sabe seduzir e deixa ser levada


A solidão e a SOLITUDE.

 



O que é a solidão senão um encontro consigo mesmo?

Um momento de esvaziar a alma

E pensar quem você realmente é.

 

Muitos têm medo da solidão, de viver sozinho e de morrer só.

Muitos entram em depressão somente de pensar nesta possibilidade,

Há pessoas que precisam o tempo todo estar rodeado de pessoas

Ou pelo menos ter alguém para se ancorar.

 

A solidão assombra as pessoas,

Pois a ideia de encontro com o vazio é pavorosa.

 

No meio da multidão a pessoa pode ser esconder e se passar por apenas mais um

Ou até mesmo pelo fato de estar rodeado de pessoas não se sentir só.

Contudo, há pessoas solitárias no meio da multidão.

Como há pessoas plenas em si mesma.

 

Solidão não tem necessariamente a ver com pessoas

Mas com plenitude!

Quando se aprende a caminhar só

A vida pode obter amplos significados,

O medo se esvai,

O entendimento de si mesmo se amplia,

Não há necessidade de aprovação por ninguém,

 

Quando se descobre que a sua própria companhia pode ser a melhor do mundo

A solidão se torna solitude,

Não há sofrimento em estar só

E nem dependência de pessoas.

 

O fato é que embora somos sociáveis

Também podemos ter reservas em nossa privacidade.

Há pessoas vazias em todos os lugares,

Logo se relacionar não deveria ser uma questão de necessidade

Mas de troca de experiencias,

De caminhar juntos,

De construir coisas e desenhar futuros.

 

A pessoa solitária precisa se encontrar em si mesma

É como uma lagoa que só acumula,

A pessoa que descobriu a solitude é como um rio

Que corre sozinho para desaguar no mar.

 

 

Nunca, ou quase nunca corrobora.

 












O que faço agora?

Fico aqui dentro

Ou me perco lá fora?

Será que ainda há tempo

Ou já perdi a hora?

Rapidamente a estrela cadente

Passou e foi embora,

Entre estátuas e cofres

O amor jaz outrora,

Como ressignificar

Depois de consumir mandrágora?

Ah, talvez não entenda toda essa analogia

Através de trocadilhos e metáforas,

É de proposito o arcabouço

Do povir desde outrora.

Não há poesia em bota-foras

Mas há alegria depois que choras,

Viver nostalgias

É como voltar da diáspora,

A mulher quer impressionar

E por isso demora,

A questão é que a paciência

Nunca, ou quase nunca corrobora.

 

 

O mundo de Deus e o universo dos homens

 



No mundo há muitas coisas

Boas e ruins

Belas e malditas

Doces, azedas e amargas

Repelentes e atraentes

Dolorosas e reciprocas

Acinzentadas e multicoloridas

 

Há mulheres de todos os tipos para todos os gostos

Há poesia e maldade

Há fé e falsas certezas

Há beijos de traição e amores desinteressados

Há olhares serenos em meio a corrupção

Há flores e mensagens irônicas

Há lembranças, e principalmente saudades eternas

 

Estórias e histórias

Músicas, perfumes e más intenções

Pessoas ingênuas e carros que perdem a direção

Bilionários humildes e pobres arrotando arrogância

Jogos manipulados e conchavos políticos

Ideias que transcendem o tempo e o espaço

E pássaros cantando no topo das árvores

 

O mundo está lá fora e dentro de nós

Um universo de variedades, diversidades e não compreensão

Satélites espalhados por cima das nuvens

E um oceano ainda não explorado

Ações que não conjugam verbos

Um futuro presente no passado

 

 

30 de dezembro de 2023

Debate com DEUS


 


Eu falei com Deus que renuncio à minha fé,

Não quero mais ser obrigado acreditar sem ter certeza,

A religião foi muito dolorosa comigo,

Me impôs pesos desnecessários,

Culpas, dores, medo e incertezas.

 

Debati com Deus sobre as dores do mundo,

Sobre o sofrimento dos inocentes,

Sobre a orgulho daqueles que não precisam,

Sobre o motivo de viver

E principalmente sobre a morte.

 

Mas Deus não me respondeu,

Me deixou no silêncio profundo,

E, indignado chorei,

Esbravejei com as minhas limitações

E não alcancei respostas.

 

Não sei se Deus me entendeu ou não,

Se eu fui ouvido ou não,

O fato é que não tenho mais fé!

Não me importo para onde vou se morrer,

Aceito o que for se destino ou acaso.

 

Deixo bem claro

Que não escolhi nada disso,

Não posso ser condenado sem compreender

Como funciona os processos,

Por isso exponho minha indignação com DEUS.

 

Não sou culpado por errar

E não posso ser condenado por não acreditar,

Se pudesse, eu mudaria tudo isso.

Estou cansado de clamar

E ter a sensação que não estou sendo ouvido.

 

Também não quero ser idiota como alguns cientistas

Que negam aquilo que não acreditam

Como se isso fosse uma verdade absoluta,

Quero apenas me ponderar

E admitir minha pequenez diante de tudo isso.

 

Se Deus quiser me responder; Amém!

Se não quiser, nada vai mudar.

Sigo meu caminho sem fé,

Sem fidúcias

E sem respostas.

 

Desejo apenas não perder o espanto

Da admiração pela vida,

Não quero me tornar um cético

Sem coração, sem ética

E sem compaixão.

 

Apesar de tudo tenho gratidão,

Não me sinto merecedor de nada,

E não acho justa a ideia de um sofrimento eterno

Por um erro

Ou por acúmulo de pecados.

 

Se Deus existir como diz que ele É,

Que possamos também ser,

Viver, admirar, amar e evoluir.

Que a vida encontre sentido

Ou que tudo termine em si mesmo.




Me entrego

 


Me entrego

E respiro poesia,

Alegria,

Nostalgia,

Letras dedilhadas,

Amores passados,

Saudades latentes (...).

 

Me entrego

E suspiro sonhos,

Rimas,

Olhares a finco,

Beijos molhados,

Diálogos profundos

Com tempo de qualidade (...).

 

Me entrego

E canto desafinado,

Amo sem ser amado,

Recito poemas,

Conto estórias,

Danço na chuva

E abraço por abraçar.

 

Me entrego

Mesmo ferido,

Com o coração quebrantado,

Com o peito aberto,

Com o olhar cansado,

Sem a obrigação

De juras de amor eterno.

 

Me entrego

Sem estar apaixonado

E acreditando no amor,

Por promessas de momento

Ou por azo da ocasião,

Para viver o presente

Sem certezas do amanhã.

 

Me entrego

Por pouca coisa

Ou apenas por prazer,

Por viver para viver,

Para doar mais que recebo

Ou apenas pelo ato de experimentar

O  mais do mesmo.




Um dia para esquecer


É estranho ainda pensar em você!

Isto me corrói e me destrói de dentro para fora,

Eu que pensava que já era um assunto pacificado,

Que já não tinha nenhum desígnio ou esperança,

Não sei por qual motivo você voltou no tempo para me atormentar.

Doeu e ainda doí muito,

O pior é que eu ainda não entendi teus motivos

Para fazer o que fez.

Se o não já era obvio,

Não valia a pena acreditar que poderia ser diferente.

Os teus atos de inconformidade

Me geraram danos sem precedentes.

Agora;

Há um conflito permanente entre a minha alma e minha carne,

Contudo, apesar do cancro ainda exposto

Não permito que a mente me conduza para aquilo que vou me arrepender.  

Com toda sinceridade,

Não imaginei que no vazio do teu coração

Pudesse existir tanta intensidade.

O teu silencio é claro quase transparente,

A tua distância tornou absoluto meus espasmos,

Não faço ideia por onde andas,

Mas no meu peito jaz uma dor que eu não procurei

E tão pouco fiz por merecer.

Confesso que virei a página

Mas não consigo esquecer.

Prometo que não haverá voltas,

Não haverá sinais

E nem procuras.

Não deixarei palavras pesadas

E sentimentos ácidos me consumirem,

Coloco apenas uma pá de cal para seguir em frente,

Quero agora esquecer que o nosso momento um dia existiu,

Houve significado apenas para um lado,

E como sem motivos acabou,

Com motivos será enterrado e esquecido.

 



Nada demais


 

Quais os elementos subjetivos que não foram explicitamente entendidos em nossa conversa? Ouvi atentamente os teus argumentos, bem como prestei atenção fazendo leitura corporal enquanto explanava tuas palavras. Teve todo o tempo do mundo para colocar em pauta a matéria que almejasse, inclusive a oportunidade de levantar todo o passado, debater o presente e apresentar os projetos para o futuro. Em momento algum a conversa teve o tom sustenido ou bemol, nenhum acidente na escala natural. Foi a coisa mais impressionante ocorrida, toda a complexidade pode ser resumida e expressada de forma aberta e contundente. De forma analógica, as parábolas puderam serem apreciadas e digeridas ao sabor de um vinho tinto Italiano, uma bela canção de violino solava como base enquanto observava os teus gestos.

Nunca, jamais e em nenhum tempo (redundância proposital), houve a obrigação da espontaneidade. Apesar disso, o encadeamento foi exposto de forma integral nos mínimos detalhes que um argumento pode apresentar. Confesso que é difícil expor de forma suscinta toda a compilação acumulada durante dezenas de anos.

Resta agora aguardar pela a sentença do tempo e suas conjugações.




Obsceno






Foge-me a possibilidade

De te olhar e não te desejar,

Transpassa-me o coração

A intensão de te possuir de fora para dentro,

Sentir o teu cheiro,

Sussurrar em voz grave nos teus ouvidos,

Apertar forte as tuas coxas,

Beijá-la lentamente,

Sentir o teu calor em contato com meu corpo.

Meus pensamentos se aguçam

Em infinitas fantasias,

Meu desejo se aflora com a química dos teus lábios,

O teu perfume natural desperta meus instintos

De lobo selvagem,

O teu jeito feminino exacerba

O ápice da minha masculinidade,

Manifesta em mim atitudes que me fazem perder o controle.




O amor e seu prazo de validade.

 


Foste de longe o amor que mais permaneceu,

Alimentado de carinhos;

Por conversas;

Por projetos;

por sexo;

pela ideia de matrimonio;

por momentos inesquecíveis;

por brigas sem sentido;

por aprovação familiar;

por cumplicidade;

por compatibilidade religiosa;

por gostos similares e distintos;

por carência;

por objetivos em comum;

por viagens memoráveis (...).

 

Mas, como tudo na vida tem prazo de validade: ACABOU.





Carta de um amigo sincero, ou expectativas frustradas sem surpresa.





 


A confiança lhe trai,

Machuca, emputece e desenvolve sentimentos sem precedentes.

Quando a recíproca não é verdadeira,

Um lado se fode

E o outro pouco importa.

 

Quando um coração é mau

A mente é perversa,

As pessoas se escondem com mantos de charlatanice.  

Vendem imagem do que não são

E depois se ocultam como se nada tivesse acontecido.

 

Cobram coisas que não são capazes de entregar,

Alimentam leões com capim,

Mentem descaradamente,

E ainda pior,

Estão perdidos em um mar de inconstâncias.

 

A cada dia,

Um novo “está tudo bem”,

Mas no fundo o vazio só se dilata.

Porque hoje está bem pior que ontem

E amanhã não haverá.

 

Como uma lagoa podre

Querem apenas receber e acumular,

Transbordam sujeira e um cheiro ruim.

Pouco compreendem que o mais simples

É quase sempre o mais importante.

 

 

 

Uma nova postagem, ou uma história revelada através das linhas subjetivas.


 








E de repente sem anseio ou expectativa

A vida lhe propõe através do não um sim,

Pode bater forte,

Pode ser sem querer,

Pode até ter muito significado

Ou apenas acontecer.

 

Um momento pode eternizar;

Através de poucas palavras

- Vidas podem se reencontrar,

Se desencontrarem

E quiçá de além

Se amealharem (está correto).

 

Sim, O que não era para ser

E com poucas possibilidades

Advir com intensidade e propósitos.

Era lindo, maravilhoso, um sonho...

Mas como todo sonho

Acaba quando se acorda para realidade.

 

Os instantes são verdadeiros,

A espera latente,

Mas nem sempre o anseio

Corresponde o fato.

O desapego se manifesta,

E o desinteresse se fixa entre duas vidas.

 

No mundo tudo acontece

Coisas boas e coisas ruins,

Inclusive coisas que não mereciam ser lembradas.

Entre encontros e despedidas

O não pode marcar mais que o sim

E ficar estigmatizado na memoria.

 

A impossibilidade sempre foi real,

Andar em rumo o nada

E como se perder de proposito.

Há coisas que sabemos que estão erradas

E, mesmo assim continuamos

Sabendo que a merda vai acontecer.

 

O fim do caminho pode abrir novas portas

Outros lugares

Outras pessoas

Dezenas de centenas de beijos

E troca de energias desnecessárias

Apenas por prazer.

 

Tentativas frustradas

Por protocolos e conveniências,

Objetos,

Passados que jaz a porta,

Verdades ocultas

E conexões instantâneas.

 

Tentativas e erros,

Esperanças em cofres sem fundo,

Beijos momentâneos,

Teses desperdiçadas

Por desrespeito e consideração

Que nunca aconteceram.

 

 

 

20 de dezembro de 2023

Magoei

 



Eu que um dia confiei

Acreditei, me apaixonei

E posso até dizer que amei.

E agora já não sei,

Não foi por nada que me magoei,

Por minhas expectativas me decepcionei.

Não sei para onde eu irei,

Apenas observo e finjo que não sei.

 

Perto do fim



E de repente a gente acorda e percebe que o tempo passou,

Que os cabelos escuros embranqueceram,

Que os anos de agora não são como imaginávamos,

Que estamos mais pertos do fim que do começo.

Quando crianças queríamos ser adultos

Para realizar muitos sonhos

E agora tudo o que queremos é paz.  

 

A paixão já não bate mais forte no peito,

O amor que guardamos é aquele da juventude,

O vigor já não mais impulsiona nossos objetivos,

Nada do que é agora, é como queríamos que fosse.

Jaz o tesão, o assombro de olhar a vida e admirar,

A velhice é um enfado principalmente quando olhamos no espelho

E somos apenas uma imagem envelhecida  e cansada.






25 de março de 2023

Se valorizássemos as coisas simples as difíceis não se tornariam tão complexas.



Eu que amei poucas vezes

E por muitas fui amado,

Fui desejado e também rejeitado.

Aprendi com a vida a gostar a dor,

A solidão me apresentou a solitude,

Com a minha própria companhia descobri o amor.

Não imploro por atenção,

Tão pouco conviver com gente falsa,

Odeio hipocrisia,

Não compactuo com mentiras

Bem como não carrego amizades na mala.

 

Trago palavras,

Deixo saudades,

Apresento teorias,

Arguo ideias,

Me sustento com ensinamentos,

Amo a doutrina,

Questiono paradoxos,

Me debruço em poesia,

Refuto evidencias,

Discuto com DEUS

E aceito ele falar comigo.

 

Já degustei o vinho da maldade,

Mas sempre me apaixono por almas puras,

Dizem que sou um homem misterioso

E que sou melhor escrevendo do que falando.

Amo trocar experiencias,

Conectar com novas energias

E rir de piadas tolas.

Minha natureza é irônica

Principalmente quando critico o obvio.

Por ora me dou por satisfeito

Quando consigo irritar pessoas cheias de razão.

 

As vezes é apenas:

Um bom dia ou boa noite,

Um aceno e um abraço apertado,

Um beijo lento e um sexo selvagem,

Uma conversa sem pretensões,

Uma boa companhia e um brinde ao pecado.

Ouvi falar que sou um homem simples

E com ideias densas e polêmicas – um homem obstinado.

Não cobro aquilo que não posso dar,

Por isso, namoro com o mundo

E com a vida que escolhi experimentar.

 

Poucos compreendem,

Não entendem,

Mas também não faço que questão de explicar.

Minha música é descompassada,

Meus pretextos são irrelevantes,

Mas com muito significado.

Um ser sem ego, ainda sim “interessante”.

Apesar de carregar poucos medos

Escrevo; apenas escrevo...

Não tenho preconceitos

E tão pouco medo de ser julgado.

 

 

 


10 de dezembro de 2022

Ad não vem.

 









Quando a saudade sente vontade

O desejo corrompe o orgulho e o parte pela metade.

A moral perde os limites para a paixão,

Os sentimentos agudam e embaçam a direção.

Desatento as palavras se perdem no entendimento

Por querer viver a eternidade em apenas um momento.



Cantar desafinado

E colocar todos os anseios no ar,

Falar por falar

E sem entregar sem pensar,

Não é necessário

Mas pode ser a última chance quiçá.



Falta-lhe conhecimento

E sobra conclusões,

Abundaste em julgamentos

E se perdeste em opiniões,

Não há mais tempo para juramentos

Perfuraste ambos corações.









13 de novembro de 2022

O tempo foi passando e levando tudo embora.


O tempo foi passando

E calando minha poesia,

Há tempos que a inspiração

Não desperta nostalgia,

Falta-me momentos

Mas me sobra a mente fria.

 

O tempo foi passando

E me trazendo consternação,

Fiquei sem verbos,

Sem rimas e sem arder de paixão.

Falta-me entusiasmos

Mas me sobra aflição.  

 

O tempo foi passando

E me matando devagar,

Fiquei sem beijos

Sem desejos para me apaixonar.

Falta-me comoção

Mas me sobra um pouco de ar.

 

 

11 de outubro de 2022

Desejos que se reencarnaram, ou de volta ao passado.

 


Meus desejos se reencarnaram

E me trouxeram o carma que jazia esquecido,

Pago por pecados sem precedentes

E por saudades que nunca deveria ter tido,

Águas passadas retornaram

E, como dantes nunca havia acontecido.

 

Análises, análogas, analogias (...)

Tudo para aclarar o que não tem explicação,

A realidade se tornou fantasia

Para fincar incertezas no coração,

O tempo se encarregou de nostalgias

E juntamente ressuscitou a desilusão.

 

Devo parar de pensar para não sofrer

Bem como tentar a ignorar a ansiedade,

Se vou dominar, não vou saber...

Enquanto isso perco meu tempo nos bares da cidade,

Sinceramente não consigo compreender

O que fiz para merecer essa tempestade.





20 de setembro de 2022

Morro ou insisto em viver?



A minha poesia me silenciou

E mudou o meu modo de ver,

A minha poesia me despertou

Para as coisas que não conseguia perceber,

A minha poesia acordou

A realidade que estava a adormecer.         

 

O que faço agora;

Morro ou insisto em viver?

 


22 de abril de 2022

Teses de conspiração


Um prostituto, sem indulto e sem perdão,  

Um homem perdido em meias a críticas por não ter coração.

Por vias gerais acostumado a ouvir “não”,

Sempre confiou e nunca conjecturou da própria intuição.

É redundante, é revoltante agir sem planos de ação,

E agora, quem poderá estender a mão?

Morre a beleza sem deixar explicação,

Sem mais no momento – sem embargos de declaração.

Não há testamento e nem testemunhas na ocasião.

Sem legado e sem pedidos de integração,

Morre um poeta, um profeta – um homem de santa inspiração!

Carrega a culpa e não pede desculpa pelo o dolo sem intenção.

Se é que entende e não compreende tanta perspiração.

Termino por aqui, fico aqui, com minhas teses de conspiração.




Atos de inspiração pela a mulher mais bela e interessante, ou ainda quem rega minha solitude e devora o que resta de razão.


E meu corpo grita, clama, reclama, urge, proclama e implora pelo o teu amor, teu ardor, teu calor e, principalmente pelo o teu tesão. Sim, meu corpo arde como chamas infernais! Não se consume, não se satisfaz (não tem salvação) – todavia, porquanto, nada obstante; ainda quer mais.

 

És uma mulher bela e interessante,

Quando a conversa flui, a química nunca cessa.

Não há verbos que conjugam o instante,

Beijo teus lábios e divago sem pressa.

Tua voz suave é ainda mais instigante

Quando provoco e ficas de desejo possessa.

 

E meu corpo percorre o teu corpo, fico louco, uivo como um lobo e perco os sentidos da direção.  Sim, meu corpo ama a tua alma, se satisfaz no teu medo, rouba-lhe o sossego e descarrega em ebulição. Perco-me entre os sentimentos, não consigo dizer “não”, arruíno meus pensamentos para viver o momento de uma paixão.

 

És a mulher que rega minha solitude

E devora o que resta de razão,

Abro mão da minha plenitude

E entrego-me sem comiseração,

Quando me falta atitude

Sobra atos de inspiração.





10 de março de 2022

Se valorizar é dar sentido a vida.

 



É sublime se sentir valorizado;

Não necessariamente por alguém,

Mas pela a sua importância e significância.

É gratificante realizar

Conquistar e gozar da decorrência do bem feito.

 

O mundo já medíocre demais,

As pessoas estão quase sempre na mesma média.

As vezes quando alguém pensa ou faz algo diferente;

Já começar a destacar

E atrair olhares invejosos e ciosos.

 

Objetivar é dizer para si mesmo que tem capacidade,

É construir um legado.

É fazer história.

É assinar seu nome no orbe

É dar sentido a vida.




 

 

9 de março de 2022

Era ela, ou contos de uma realidade sofista e subjetiva.


 

Logo ela que julgava

E não queria ser julgada,

Não amava,

Mas queria ser amada.

Dizia coisas belas

Mas tinha o coração sujo,

O mundo ao redor dela

E ela contra todo o mundo.

Tinha aparência de anjo

E a mente de um demônio,

Atitudes em desarranjo

Hipocrisia era seu pseudônimo.




 

 

Amor Soviético

 




Em face a vaidade que lhe permeia

E o orgulho que lhe anseia,

Lanço ao tempo dados

Ou quem dirá sorte em compassos.

 

                  O poder, a sede e inquietação                    

É o abismo no vazio do coração,

Quem poderá impedir?

O império em ruinas não vai ressurgir.

 

Aos olhares sanguíneos

A meta não é um caminho retilíneo,

Basta observar e perceber

Que quem planta não irá colher.

 

Enquanto um se move por acordos

Quem não tem palavra, promove o desacordo.

É uma estrada sem direção

É a premissa de um precedente sem razão.

 

3 de março de 2022

Sem mais, ou por enquanto.





Culpado pelas coisas boas que fez

E tratado com indiferença por todas maldades cometidas,

Quem me dera ao menos uma vez

Rabiscar todas as páginas da vida não lidas.

Não importa se acertou mais de uma vez

Para sempre irá colecionar pessoas inimigas.



Pessoas entram e saem das nossas vidas

Como se fosse um jogo de sim ou não,

Algumas pessoas saem feridas

Por depositar sentimentos onde deveria ser razão,

Assim são todos os dias

Quem culpa não pede desculpa - tão pouco estende a mão.



O braço que abraça é o mesmo que afasta,

A boca que disse que amava, hoje odeia.

Dói muito mais que uma tapa

Olhar no olhos como coisa alheia

Palavras serão sempre palavras

Bem pior o vazio que lhe permeia.




2 de fevereiro de 2022

De contínuo...


 

Encontra-me nos teus pensamentos, nos teus sentimentos, na tua vontade aflorada ou quiçá no teu orgulho desflorado. Do que adianta dizer que não quer e no fundo saber que ainda me ama? Não seja uma tola mulher para pensar que foi apenas um momento na cama. Ainda não sei como consegues amar e odiar ao mesmo tempo, deve ser uma loucura desejar e não conseguir me tirar do pensamento. Pode me bloquear para tentar esquecer, mas não alimente o orgulho que vai lhe fazer sofrer. Pensei que houvesse mais maturidade, mas como não sabe domar os sentimentos; não saberá a verdade. Não espere eu partir para correr atrás, pois se eu ir, certamente não voltarei mais. A vida não é um jogo onde terá um ganhador, mas é certo que sempre existirá um perdedor.





Do passado ao presente.

 



Por tantos olhares atravessados

E desejos ocultos,

O tempo trouxe ao presente o passado

Um sentimento claro e enxuto,

O que sempre ficou guardado

Agora recebeu indulto.

 

Bastou um despertar

E aflorou os sentimentos,

Quem poderia imaginar

Que não era apenas um momento?

Pode dar o que falar

Aconteceu com pleno consentimento.

 

E agora, o que poderá ser?

Um instante ou uma biografia?

Só não consegue ver

Que nunca esteve em sintonia.

Há coisas que não é para entender

Ou quem sabe explicamos algum dia.

 

 


1 de fevereiro de 2022

Minha poesia!


 

Minha poesia não tem rimas

Não tem pontos

Tão poucos virgulas

 

Minha poesia é minha obra prima

Meus contos

Minhas narrativas

 

Minha poesia é uma alegoria

Por tantos e quantos

Em compassos de tercina

 

Minha poesia e minhas nostalgias

Meus assombros

Meu choro de alegria

 

Minha poesia é tão somente minha

Prosperam espantos

De portanto e todavia

 

Minha poesia desafina todos os dias

Passeia por pântanos

E afoga em mares da psicologia

 

Minha poesia sempre em sintonia

E como não sou santo

Me afogo em desejos de orgias

 

Minha poesia é minha energia

Meu mantra é meu manto

Que me cobre sem liturgia





Todos os textos são autoria de Giliardi Rodrigues. Proibida a reprodução de qualquer texto sem prévia autorização do autor.

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