E há tempos que meu olhar não enxerga sentimentos,
Não perfura almas,
Não penetra na divisa do ser ou não ser.
E há tempos que meu olhar só olha no espelho
E vê apenas a imagem de barro
Que se fez da semelhança daquilo que me restou.
E há tempos que meu olhar devaneia pela razão,
Pela a vontade de se virar para dentro
E ouvir a voz do coração.
E há tempos que meu olhar se perde no momento
De ver o passado, repaginar o futuro
E focar inteiramente no presente.
E há tempos que meu olhar não perdoa
Não descreve a beleza
Que se ecoa na simplicidade de viver.
E há tempos que meu olhar não vê
Não quer enxergar
E não quer voltar avistar a realidade.
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