No principio criou o amor e a razão
porque a mente e o coração do homem não compreendia a sua forma abstrata e
absoluta. Não havia divisões. Tão pouco, dicotomia. Tudo era apenas uma mesma
coisa. Mas a ambição e o egoísmo destruíram o que era perfeito, fizeram de algo
tão nobre e majestoso uma imagem daquilo que a pobreza de espírito pode
definir. O que era pleno se tornou imperfeito.
Verbalizaram adjetivos,
Padronizaram a dissonância,
Designaram afetos sem
compromisso
E assinaram contratos com
a vaidade.
Se me entende, não sei. Resta-me
apenas viver enquanto houver razoes e sentimento presos numa mesma causa. Não quero
e não posso me ater naquilo que falo e não faço, que faço e não cito. Quero ecoar
o canto que nasce nas profundezas da solidão para subir aos céus como aroma
suave e primoroso.
Parecia um anjo,
Mas era um demônio.
Tinha um jeito doce e
agradável,
Mas era um demônio.
Beijava com aroma de
leite e mel,
Mas era um demônio.
Desejou-me como ninguém
nunca antes
E eu amei este demônio.
Em imagem e semelhança a razão e
o amor foram criados e formados, a luz trouxe vida as trevas e as trevas se
regozijaram com a luz resplandecente. Não havia uma configuração entre a feiura
e a beleza, pois ambas se tornavam plenas entre si. A beleza se apaixonou pelo
o que a feiura tinha por dentro e a feiura amou e contemplou o que a beleza
tinha por fora. E assim foram felizes para sempre.
Nenhum comentário:
Postar um comentário