Eu que me caço, que me procuro,
que me descubro. Eu que não falo mais sobre sentimentos, mas que vivo com
plenitude a vida no prazer de cada momento. Eu que não temo a morte e canto desafinado.
Eu que amo verdade e procuro vivê-la sem hipocrisia. Eu que guardo encanto e me
delicio em cálice de dissabores. Eu que não tenho receio de errar e começar
tudo novamente. Eu que me amo como a luz irradia vida. Eu que junto pontos e
construo gramáticas. Eu que me machuco em espinhos para colher rosas. Eu que
sofro calado e choro para dentro. Eu que sou racional, critico, egoísta, homem macho
e muito pouco para quem precisa muito de mim. Eu que não quero ir para o céu e
nem para o inferno. Eu escrevo versos e rasgo calcinhas de meninas virgens. Eu que
me lambuzo no prazer do pecado e na penitencia que existe através do perdão. Eu
que irei morrer e ressuscitar para viver fora da matrix. Eu que arranho acordes
dissonantes e colo fotografias selfie no instagram. Eu que vivo o desapego e não
me importo com o que me sobrevirá do crepúsculo ao amanhecer.
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