Sentado, tranquilo, refletindo na
vida, tomando um café quente e pensando nas escolhas que me trouxeram até aqui.
Parece que já estava escrito antes do começo, pois sou exatamente o que eu
queria, contudo confesso; “nunca imaginei que conseguiria”. É estranho, apesar
disso gratificante se projetar no tempo e encontrar alacridade no espaço. Parece
loucura, mas se pudesse voltar no tempo faria tudo de novo; cada erro, cada
acerto, cada baque – Recomendes.
Ádvena minha impostura de hoje perpetrar
coisas que dantes arguia. Entretanto, sinto-me um pouco mais limitado, mas mais
maduro. Um tanto quanto cansado, mas mais observador. Menos vaidoso, mas mais
charmoso. Algumas manias perdi ao longo da caminhada e, se for importante
dizer; sinto-me agora melhor.
Fui julgado e condenado pelas
minhas próprias leis. Estive morto e fui lançado ao inferno por dezenas de
vezes (voltei para contar a estória). Minha vida se resume no “litúrgico lírico”
de um homem desapegado dos arquétipos e apegado na conveniente certeza de que
existem mais de dois extremos.
A minha rotina é mudar, transpor,
insultar, debater, criticar, apanhar, sofrer, apaixonar e depois de levantar;
sacudir a poeira e prosseguir – desde sempre, foi assim.
há tempos que não escorre uma
lagrima se quer do meu rosto. Quando choro é para dentro. As lagrimas que
descem, lavam a minha alma e, depois vão até o coração e se congelam. O silencio
é minha maior virtude. alguns dizem que por trás dos meus olhos, se escondem
grandes segredos – não sei se isso é verdade.
Amo a dor e o sofrimento com a
mesma intensidade da paz. Aprendi evoluir com o desconforto de sofrer sozinho e
achar isso digno. Honroso para mim é viver respeitando meus inimigos e não
decepcionando meus amigos. Reservo-me ao direito pleno de ser quem eu sou, sem
a pretensão de me achar melhor ou maior que alguém. O mesmo anverso me conserva
o preceito de ser diferente e ao mesmo tempo indiferente ao mundo que vivo e
não pertenço.