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25 de março de 2025

O Assombro da Vida



















O assombro é chama que dança no vento,
Um rastro de luz no olhar desatento.
É a brisa que embala o peito cansado,
O riso que escapa num dia encantado.

É ver no infinito um traço divino,
Sentir que há vida no mais pequenino.
Um grão de areia, um raio de sol,
O eco das ondas num canto sem dó.

É ter nos olhos a sede do novo,
Sorrir para o tempo sem medo do jogo.
É ouvir no silêncio a doce canção
Que vibra nas cordas do próprio coração.

O espanto se esconde nas folhas caídas,
Nos sonhos que brotam das horas vividas.
Na dor que ensina, no amor que consola,
Na alma que dança ao toque da aurora.

É tudo mistério, é tudo certeza,
É ver na poeira os traços da realeza.
É olhar para o alto e ver no azul
O nome do Eterno bordado no sul.

A vida é um quadro que nunca se encerra,
Mistura de cores, de céu e de terra.
Caminho sem mapa, um voo sem chão,
Destino que pulsa em cada estação.

Se o assombro se apaga, se fecha a visão,
O mundo se torna um vão sem razão.
Mas quem se permite sentir e viver,
Descobre no espanto o dom de nascer.



21 de março de 2025

Soneto do tempo e da razão, ou apenas MATURIDADE.



No jogo do relógio o tempo ensina,

Escravo outrora agora sou senhor.

Da infância à glória a estrada é divina,

Cada ferida se tornou valor.

Maturidade é chama que ilumina,

Refina a mente, afasta o torpor.

A inteligência é seta que fulmina,

E a compreensão abrigo contra a dor.

No espelho vejo um rosto transformado,

Cicatrizado, firme, resoluto,

Pelo saber que o tempo me há dado.

Auto-conhecimento é um atributo,

Que faz do velho jovem renovado,

E torna o sábio em rei do absoluto.

 

 



18 de março de 2025

O Espelho das Palavras: O Que Dizemos Reflete Quem Somos

        



    Nossas palavras são espelhos. Sempre que falamos sobre alguém ou algo, revelamos mais sobre nós mesmos do que imaginamos. Cada opinião emitida, cada julgamento feito, cada crítica proferida carrega traços da nossa visão de mundo, nossas dores e nossas experiências.

    Quando apontamos as falhas dos outros, muitas vezes projetamos nossos próprios medos e inseguranças. O incômodo que sentimos em determinadas atitudes alheias pode ser um reflexo de algo que não resolvemos dentro de nós. Talvez aquilo que condenamos seja justamente um traço que, consciente ou inconscientemente, também carregamos.

        As reclamações constantes também dizem muito sobre o que nos falta. Sempre que nos irritamos com uma situação, estamos revelando nossas expectativas frustradas, nossas necessidades não atendidas, nossos desejos ocultos. A maneira como reagimos ao que está ao nosso redor é um retrato da nossa essência e das nossas batalhas internas.

        Observar essa dinâmica pode ser transformador. Ao invés de apenas apontar, podemos questionar: por que isso me afeta tanto? O que isso diz sobre mim? Assim, o que antes era um motivo de descontentamento pode se tornar uma oportunidade de autoconhecimento e crescimento. Afinal, quando compreendemos a nós mesmos, nos tornamos mais leves, mais sábios e mais generosos com os outros.

        Para melhorar nossas atitudes em relação ao outro, é essencial praticar a empatia e a autorreflexão. Antes de julgar, podemos tentar nos colocar no lugar da outra pessoa, compreender suas experiências e considerar os desafios que ela pode estar enfrentando. Isso nos ajuda a cultivar mais paciência e compaixão.

        Além disso, desenvolver a inteligência emocional é fundamental. Observar nossas reações e identificar padrões de comportamento nos permite agir de forma mais consciente e equilibrada. Praticar o silêncio em momentos de impulsividade também pode evitar palavras que mais tarde nos arrependamos de ter dito.

        Outro passo importante é focar no positivo. Em vez de buscar falhas nos outros, podemos treinar nossa mente para reconhecer e valorizar suas qualidades. Pequenos gestos de gratidão e reconhecimento podem transformar nossas relações e tornar o ambiente ao nosso redor mais leve e harmonioso.

    Por fim, devemos lembrar que a mudança começa dentro de nós. Quando assumimos a responsabilidade por nossas emoções e atitudes, nos tornamos pessoas melhores e inspiramos os outros a também evoluírem. Assim, construímos relações mais saudáveis e um mundo mais acolhedor.





12 de março de 2025

A cada passo uma incerteza, um mistério e um tiro ao destino rumo ao fim.


Mas quem pode dizer onde termina o caminho,

se os pés seguem, teimosos, sobre a névoa dos dias?

O tempo sussurra verdades que se dobram ao vento,

e a cada curva, um abismo ou um voo — quem saberá?

 

Os olhos buscam faróis, mas encontram sombras,

as mãos tateiam o vácuo, mas encontram histórias.

E o coração, esse louco, pulsa no compasso do imprevisível,

ora refém da esperança, ora escravo do medo.

 

Se há resposta, ela dança além do alcance,

rindo de nossas certezas frágeis como vidro.

E assim seguimos, não por saber,

mas por não poder parar.



5 de março de 2025

O que há de pior no ser humano, ou a desumanidade.


De dentro do ser humano sai tudo aquilo que não presta:

Fezes, hipocrisia, suor, mentira, pus, inveja, catarro, ódio, ingratidão, cera de ouvido, orgulho, caspa, doenças, mau hálito, crueldade, remela, egoísmo, gases intestinais, desonestidade, secreção prostática, narcisismo, chulé, ganância, vomito, vitimismo, pedras na vesícula, arrogância, urina, rancor, cecê, desprezo, cravos e espinhas, manipulação, casca de ferida, preconceito, menstruação, fofoca, porra, covardia, lágrimas e a pior de todas “desumanidade”.

 



Todos os textos são autoria de Giliardi Rodrigues. Proibida a reprodução de qualquer texto sem prévia autorização do autor.

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