Você fazia jogos emocionais e eu não sabia jogar. Eu sempre
ficava nervoso e perdia a razão por ser inocente e imaturo. Eu perdia o
controle e alterava a voz por não saber argumentar. Mas mesmo não sabendo jogar
e não dominando as circunstancias, vagarosamente eu me transformava no homem
que sou hoje. Fui aprendendo a ser frio, observador e extremamente racional.
Você se achava superior, cheia de vaidade e mais
inteligente. Me manipulava de acordo com o seu interesse. Eu era apenas um
jovem cheio de sonhos, mas não tinha planos. Tinha força, mas não tinha
esperteza. Tinha vontade, mas não tinha maturidade.
O tempo foi passando, passando e passando (...).
Este mesmo tempo foi jogando ao meu favor, foi me ensinando
a ser mais calmo e a ter domínio próprio. Ao mesmo tempo você foi perdendo o
controle, pois o seu prazo de validade estava com a data marcada para vencer.
Mal sabia eu que o DEUS CHRONOS estava do meu lado e contra você.
Sim, foi o tempo que me ensinou que sorte não existe. O que existe são escolhas
e você já estava encurralada entre a razão emocional e a emoção inconsciente. O
seu tiro saiu pela a culatra, a sua prepotência e o excesso de confiança lhe
tornou cega demais para enxergar o que estava acontecendo debaixo dos seus
olhos, e numa atitude impensada tomou a decisão errada que lhe acompanhará para
o resto da vida.
Só para constar, estou bem e muito melhor sem você.
Quem sabe daqui uns anos eu lhe escreva uma carta de
agradecimento por todo o mal que me fez, todo este mal me fez crescer,
amadurecer e entender que a sorte embora ela não exista, sempre esteve do meu
lado.