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9 de julho de 2025

São o que São

As pessoas NÃO são o bem mais importante de uma empresa


As pessoas são o que são nuas de enfeite,
Sem os véus que pintamos em nossa ilusão.
Não há máscara que dure, nem alma que aceite
Ser moldada ao capricho da nossa projeção.

Criamos castelos com base em silhuetas,
Imaginamos virtudes onde só há razão,
E ao fim, tropeçamos nas mesmas canetas
Com que escrevemos contos sem chão.

O caráter não dança ao som do desejo,
Não muda por toque, carinho ou ardor.
É raiz silenciosa, sem disfarce ou ensejo,
É verdade que existe, com ou sem o amor.

A personalidade, tal qual impressão digital,
É marca que o tempo só acentua e revela.
Não se desfaz com beijos ou ideal moral,
Nem cabe na moldura da novela mais bela.

Aceita: ninguém é sonho, ninguém é mito.
Cada qual carrega luz, sombra e vício.
Faz-se sábio quem olha com olhar mais limpo,
E deixa de lado o delírio fictício.

Expectativa é a mãe do desgosto.
Fantasia, o pai do abismo emocional.
Se queres paz, encara o oposto:
Vê o outro como é humano e real.




2 de julho de 2025

Quando Amar Vira Obrigação: O Cansaço Invisível do Homem no Relacionamento.



Há um momento em que o homem se cala; não por orgulho, mas por exaustão.
Faz tempo que ele deixou de esperar aplausos, ele só queria ser visto.
Ele chama para sair, paga a conta, ouve com atenção, faz carinho, cuida das palavras, tenta entender até o que está nas entrelinhas. Mas tudo isso, que um dia foi expressão de amor, virou protocolo. Deixou de ser gesto e virou exigência.

Se ele não convida, está ausente.
Se convida, fez só o mínimo.
Se elogia, está manipulando.
Se não elogia, está distante.
Se trabalha demais, é ausente.
Se trabalha de menos, é preguiçoso.
Se é romântico, é carente.
Se não é, é frio.

Tudo é obrigação. Nada é expressão. Nada é ele.
E aí vem o ponto cego: o homem ama diferente.
Ele não escreve cartas como nos filmes, mas trabalha o dia inteiro e ainda lembra de passar no mercado porque viu que acabou o leite que ela gosta.
Ele não fala muito, mas memoriza cada detalhe do que ela diz para tentar agradar no próximo encontro.
Ele segura a barra no silêncio. Ama servindo. Ama agindo. Ama estando.

Mas quando tudo isso é engolido pela exigência cega do “é sua obrigação”, o homem se esvazia.
Ele sente que está sendo avaliado por uma régua invisível que sempre o mede como insuficiente.
E então acontece o inevitável: ele se retrai. Não por falta de amor, mas por falta de propósito.
Fazer ou não fazer dá no mesmo. Ser bom parceiro ou ausente não muda nada.

Quando o esforço de amar vira rotina imposta e não mais resposta natural de afeto, ele se afasta; primeiro em silêncio, depois em presença.
E quando você perceber, ele já não está mais ali, embora ainda esteja sentado ao seu lado.

Reconhecimento não é bajulação.

É combustível.
Homem que não se sente reconhecido não vira vilão.
Vira sombra.
Vira eco de si mesmo.

O amor masculino também precisa ser ouvido, lido nas entrelinhas dos gestos, e, acima de tudo, valorizado.

Caso contrário, o que era amor vira fardo. E o que era lar, vira labuta.
E ninguém aguenta morar no campo de batalha quando tudo o que queria era paz.



30 de junho de 2025

O Fim Sempre Chega



Chega sem aviso, como quem parte calado,
sem deixar bilhete, sem aceno no portão.
O fim não pede licença, entra gelado,
traz nas mãos o gosto amargo da negação.

É triste ver amores que já foram céu
transformarem-se em ruínas, em poeira de memória.
Amizades viram sombras num papel,
linhas borradas no diário de uma história.

Há quem vá por escolha, há quem vá por covardia,
há quem suma na curva da mentira.
Uns traem, outros apenas esfriam por dia,
até que o silêncio inteiro os retira.

O pior não é o fim, mas o abandono lento,
a ausência que cresce sem um som,
o amor que antes era firmamento
e hoje nem sequer responde o tom.

A despedida dói mais quando é incerta,
quando o último olhar não teve nome.
É duro ver a porta ainda aberta
e saber que quem partiu já não te consome.

Intimidades viram armas em mãos frias,
segredos compartilhados viram punhais.
A confiança, antes cheia de alegrias,
hoje jaz em sepulcros emocionais.

Mas o fim... o fim sempre vem,
em cartas não escritas, em jantares sem brinde,
em corpos presentes mas olhos que não veem,
no "pra sempre" que se torna um "ainda bem que finda".

Porque tudo tem tempo, tem ciclo, tem chão,
e quem já foi casa pode virar tempestade.
Aceita-se a dor, abraça-se a solidão,
pois até na perda mora alguma verdade.

Que venham os finais, com sua foice fina,
com seus cortes que ensinam e ferem.
Ainda que o amor morra em esquina,
os que ficam, vivem. Mesmo quando perecem.



25 de junho de 2025

ENCONTRO — A OBRA DO AMOR



Não creio em sorte, nem em destino,
Nem em almas gêmeas cruzando o caminho.
Acredito no toque, no gesto contínuo,
No querer sincero que vence o espinho.

Relacionar não é conto de fada,
É sangue, suor, alma rasgada.
É relar feridas, curar com carinho,
É crescer juntos no mesmo ninho.

Não é magia, é engenharia,
Não é poema, é carpintaria.
Dois corpos distintos, dois pensamentos,
Lapidando afetos em pequenos momentos.

Não é ter tudo em comum e igual,
É amar até o que faz mal.
É saber ouvir no meio do grito,
E calar na hora do conflito.

É saber que o outro não é espelho,
Mas universo inteiro sob outro conselho.
E mesmo assim, estender a mão,
Construir com tijolo e coração.

Não é metade da laranja escolhida,
É fruta inteira, rústica, sentida.
É dividir o sumo, o bagaço e o gosto,
É brindar o amor mesmo quando é desgosto.

É entender que amar é arte bruta,
Feita de erro, de falha, de luta.
Mas se há respeito e entendimento,
Dois viram templo, viram fundamento.

Relacionar é verbo que exige ação,
É plantar a paz na contradição.
É unir propósitos sem fusão de alma,
E aprender a dançar com a calma.

Porque amar, no fim, não é destino nem acaso,
É encontro sincero no meio do atraso.
É construir, tijolo por tijolo, a ponte e o lar,
E todos os dias… decidir ficar.



A poesia dos meus defeitos, ou Retratos da minha personalidade - Fragmentos do EU.



Carrego em mim um abismo calado,
Niilismo vestido de homem cansado.
Vejo o mundo sem véus nem mentiras,
Mas às vezes me afogo nas próprias retinas.

Sou castelo erguido na rocha da dor,
Orgulho de mármore, com rachaduras de amor.
Minha mente é uma lâmina afiada demais,
Que fere a mim mesmo em silêncios brutais.

Autossuficiente até demais para pedir socorro,
Prefiro morrer em pé do que viver de desafogo.
Meu controle é um cárcere de vidro e razão,
Um trono vazio dentro do meu coração.

Intelecto em chamas, ego mascarado,
Um sábio que às vezes fala calado.
Cobro do mundo aquilo que nem dou,
E sangro verdades que o tempo calou.

Sou intensidade que nunca relaxa,
E carrego no peito uma eterna ameaça:
De não saber ser leve, de não saber ser pouco,
De ser tempestade mesmo quando estou rouco.

Idealizo o amor como um livro sagrado,
E me frustro ao ver que o outro é falho e cansado.
Exijo perfeição do humano imperfeito,
E me afasto, soberbo, ferido no peito.

Rancores antigos moram nos meus ombros,
Memórias cortantes que não caem aos escombros.
E mesmo que o tempo queira me curar,
Revivo traições só para não me entregar.

Sou um general de batalhas internas,
Construo muralhas, destruo minhas pernas.
Mas no fundo, bem fundo, eu sei o que sou:
Um homem em guerra... que só quer um pouco de paz e amor.




Carta de Perdão aos que passaram pelo meu caminho



    A todos que, de alguma forma, cruzaram minha jornada e guardam feridas visíveis ou não causadas por mim, venho com sinceridade despir a alma diante do tempo.

Peço perdão.

    Perdão às pessoas que decepcionei com minhas escolhas, palavras ríspidas, silêncios mal explicados ou atitudes impensadas. Perdão aos que confiaram em mim e eu, por egoísmo, cansaço ou confusão, trai essa confiança. Perdão aos que foram bons, generosos, leais e não tiveram a devida reciprocidade. Aos que me estenderam a mão e eu não soube segurar. Aos que me ofertaram amor, tempo e cuidado, e eu não valorizei como deveria.

    Peço perdão às amizades que se tornaram ruínas, não por ódio, mas por desencontros e por minha incapacidade de sustentar vínculos quando minha alma gritava por mudança. Precisei me afastar para sobreviver, para reencontrar quem sou, mas isso não anula as feridas causadas por minha ausência.

    Peço perdão a cada mulher que passou pela minha vida e encontrou em mim algo que não pude sustentar. Não me orgulho dos desencontros, dos afetos interrompidos, das promessas não cumpridas. Se amei mal, se parti corações, se fui egoísta, perdoem-me.

    Peço perdão, também, àqueles que me feriram. Aos que mentiram, traíram, rejeitaram. Aos que partiram sem olhar para trás. Não peço desculpas por me machucar, mas por talvez não ter conseguido corresponder às expectativas, por não ter sido a pessoa que esperavam. Perdoar vocês é me libertar de mim mesmo. Não guardo mágoas, só lições.

    Mas, sobretudo, peço perdão a mim.

    Por todas as vezes que me abandonei tentando agradar. Por todas as vezes que fugi do espelho, com vergonha de quem me tornei. Por todas as vezes que cobrei demais e amei de menos quem eu era. Por ter cultivado culpas em vez de plantar consciência. Hoje, decido me amar. Decido me perdoar. Não para me eximir, mas para evoluir.

    Não escrevo esta carta para buscar pena. Não sou vítima, nem algoz. Escrevo porque preciso romper com os grilhões invisíveis do passado. Preciso respirar fundo e caminhar sem carregar o fardo das culpas, nem as desculpas que nunca recebi. Peço perdão porque quero ser livre. Porque só perdoando posso reconstruir por dentro e por fora.

    A quem quiser acolher esse pedido, que o faça em seu tempo, ou que apenas guarde em silêncio. Não espero absolvição. 


Espero cura.

 



24 de junho de 2025

Quando o nada tem muito a dizer

     



      Aceita um café?

    Desde os primórdios o mundo é estranho, as pessoas parecem caminhar em círculos e ao mesmo tempo de forma aleatória… como se obedecessem a uma coreografia escrita por um roteirista bêbado. As ruas continuam lá, mas não levam a lugar algum. Os rostos? Familiares demais para serem desconhecidos… estranhos demais para serem lembrados.

    Você percebe isso também, não é? O relógio na parede nunca marca a hora exata. Ele atrasa… mas só quando você precisa que adiante. E quando bate meia-noite, escuta? É como se o tempo segurasse o fôlego por um segundo — só pra lembrar que ele está vivo.

    Não se assuste com o som da porta rangendo. Ela sempre faz isso, principalmente quando ninguém a tocou. A casa tem seus próprios hábitos. Gosta de ouvir conversas vazias, monólogos dispersos, palavras ditas por dizer. Ela se alimenta disso. Do silêncio cheio de sons que só ouve quem não tem nada a dizer.

    Aliás… você já reparou nas sombras? Não nas óbvias — essas são inofensivas. Estou falando das que se mexem antes da luz. Das que têm intenção.
Tem uma bem atrás de você agora. Mas não se vire. Isso só as deixa nervosas.

      Outro café?

    O mais curioso é que ninguém sabe exatamente o que estamos fazendo aqui. Estamos todos sentados à mesa de um jogo sem regras claras, mexendo peças que nem sabemos se são nossas. Já parou pra pensar que talvez tudo isso seja um ensaio? Uma primeira leitura? E que, na hora da estreia, talvez você nem tenha falas?

    Às vezes penso que estou num sonho de alguém que me esqueceu no fundo da mente. E você... você parece ter consciência demais pra ser só uma invenção. Ou seria exatamente isso o que uma invenção pensaria?

    Não responda ainda. Ouça primeiro o som da chaleira.
    Não temos pressa.
    Afinal, é só uma conversa. Sobre nada.
    E o nada... tem muito a dizer.



20 de junho de 2025

O Coração das Palavras: Uma Confissão Atemporal




        A minha poesia não é um ornamento de palavras nem um exercício de vaidade. Ela é um espelho trincado, onde cada verso revela as fissuras da alma. Fala de amor, de vida, de tristeza e de alegria. Chora por dentro, como quem sangra em silêncio e imprime em cada estrofe a razão de eu ser quem sou; não por escolha, mas por necessidade. Escrevo como quem respira, como quem clama para não desaparecer. Quem sou eu, afinal, senão um amontoado de lembranças, de sonhos interrompidos, de encontros que viraram saudade?

        Não escrevo para agradar. Escrevo porque preciso sobreviver à minha própria história. A poesia fala de mim sem maquiagem, sem filtros, sem temor de julgamento. Já mergulhei nos abismos da fé onde a esperança se mistura ao desespero e já escalei os alpes da dúvida, onde o ar é rarefeito e a verdade se esconde entre as nuvens. Como continuar crendo em um mundo que, tantas vezes, nos cospe de volta ao chão? Como deixar de crer, se dentro de nós ainda pulsa um último fio de luz?

        Sou homem de dores; não por escolha, mas por herança. Rejeições me moldaram, perdas me esculpiram, memórias me tatuaram. Em cada ruga da minha pele mora uma história, em cada silêncio meu, uma multidão de gritos não ouvidos. Eu sei exatamente o dia, a hora e o ano em que cheguei neste mundo. Mas não sei o instante da minha partida. E quando esse dia chegar, o que restará de mim? Quem guardará minhas palavras? Quem as relerá e sentirá que eu, de algum modo, ainda estou aqui?

        Será que a vida é só isso: uma sucessão de dias esquecíveis, onde deixamos rastros que o tempo se apressa em apagar? Será que existe um legado que não se perca na poeira da modernidade, nas nuvens digitais ou nas cinzas do esquecimento? O que significa realmente ser lembrado? E se a lembrança for apenas um eco; uma ilusão reconfortante de permanência?

        Não quero ser uma estátua, nem uma efígie em livro de escola. Quero que minhas palavras respirem. Quero que entrem nas veias de quem lê e provoquem algo revolta, ternura, dúvida, amor. Quero que sirvam de abrigo para quem está prestes a desistir, ou de bússola para quem se perdeu no labirinto da existência. Quem disse que palavras não têm carne? Que poesia não tem sangue?

        Se a tecnologia ou o mundo espiritual permitirem, que eu continue vivendo nem que seja apenas nos olhos de quem ousa sonhar. Porque a verdadeira eternidade não se mede em tempo, mas em impacto. O que você está deixando de si mesmo? Quem você é quando ninguém está olhando? E quando tudo acabar, o que de você ainda vai ecoar no mundo?

        A vida é breve, mas a alma quando tocada por palavras sinceras pode se alongar além das fronteiras do esquecimento. E talvez, só talvez, meu maior legado seja este: ter vivido intensamente cada dor, cada amor, cada verso. Porque ser humano é isto sentir tudo ao extremo, cair e levantar, escrever e sangrar... e ainda assim, sorrir para a eternidade como quem sabe que, mesmo esquecido pelo mundo, foi verdadeiro consigo mesmo.




Ao Amor Que Chegou Quando Desisti.



Procurei por ti, amor,
nas entrelinhas das canções,
nos goles de vinho que bebi sozinho,
nas esquinas do mundo, nas multidões,
em silêncios longos que gritavam por sentido.

Beijei bocas procurando tua essência.
Toquei corpos buscando tua presença.
Passei noites em claro escrevendo versos
que talvez um dia você lesse
mas você não vinha...

Fiz de olhares promessas,
de abraços, refúgios falsos.
Confundi paixão com permanência,
e me perdi em tantas tentativas
de reconhecer em alguém
aquilo que eu mesmo duvidava existir.

Até que deixei de procurar.
Desisti, não com tristeza,
mas com a paz de quem se rende
ao que não se fabrica.
E foi nesse exato instante que você chegou.

Chegou como quem não quer nada,
mas era tudo.
Me amou sem perguntas,
me escutou sem querer mudar meu tom,
me acolheu sem inventar um roteiro.

Você não me completou.
Me ampliou.
Foi mais que metade:
foi espelho,
foi espanto,
foi alívio.

Agora entendo:
o amor não vem quando a gente chama.
Vem quando a gente cala.
Ele não exige,
ele se apresenta.
E às vezes…
é no fim da estrada
que começa a caminhada certa.

Obrigado por ter vindo
quando eu já não te esperava.
Porque agora,
cada dia ao teu lado
é a poesia que um dia
eu sonhei escrever.




Um Homem Só no Meio da Multidão, ou A Poesia da Solitude em Belo Horizonte.



Na metrópole viva de Belo Horizonte,
onde o concreto pulsa e o asfalto sonha,
um homem caminha entre bares e sinos,
ouvindo o silêncio no meio do som.

Milhões de rostos cruzam sua sombra,
milhares de vozes giram ao redor,
mas ele, inteiro, sente-se à parte,
não por tristeza, mas por amor.

Os bares transbordam risos ensaiados,
as igrejas elevam preces vazias,
as ruas gritam pressa, metas, metas…
e ele apenas respira, sem correria.

Durante o dia, vê olhos cegos,
focados em listas, planilhas, relógios.
À noite, os corpos dançam sozinhos,
disfarçando ausências com seus adereços.

Nas redes, as máscaras brilham mais
que os rostos por trás dos filtros.
As fotos mentem a alegria forjada,
mas ele já não compra mais sorrisos.

Foi então que abraçou sua própria ausência,
descobriu na solidão a doce morada.
A solitude; flor rara entre espinhos
tornou-se seu lar, sua estrada.

Fez da própria companhia um templo,
do silêncio, um diálogo profundo.
E ali, sem distrações nem vícios,
encontrou o universo em um segundo.

Viajou por dentro e por fora,
descobriu montanhas e cafés
onde sentar-se só era liberdade
e não sentença de ninguém.

Quando com amigos, é inteiro,
brinda o instante com coração aceso.
Mas quando a multidão o engole,
ele sorri; não está indefeso.

Pois aprendeu o que poucos sabem:
a felicidade não mora nas vitrines,
não depende de beijos, nem curtidas,
mas brota onde o espírito se afine.

Um homem só entre milhões,
e ainda assim, tão pleno, tão vasto.
Não espera que o mundo o preencha
ele mesmo se tornou o espaço.

Assim vive em BH, entre igreja e boteco,
entre morros, buzinas e promessas,
sabendo que a alma que se conhece
jamais se afoga nas pressas.

Não é amargura, é liberdade.
Não é desprezo, é maturidade.
É ter descoberto o sagrado segredo:
estar só... e não sentir saudade.

 


19 de junho de 2025

Entre Diamantes e Destinos, ou Amizades & o Tempo.




Amizade é barro antigo que o tempo esculpe com dedos de eternidade.
Não nasce pronta: germina em silêncios partilhados,
em olhos que se entendem sem palavras,
e cresce no terreno fértil da confiança, 
onde a raiz é a lealdade e o fruto, a presença.
Há quem chame de sorte, 
mas é obra do destino que não erra o entalhe quando junta almas raras.
Não se compra, não se mendiga, não se exige — conquista-se com inteireza e verdade.

Enquanto os amores ardem e se apagam como fogueiras de São João,
a amizade cintila como estrela antiga: luz constante em noite escura.
Mais que um irmão de sangue, é o irmão de escolha, de afeto sem cláusulas,
de ombro onde repousa o cansaço e de riso que estoura quando a dor quer calar.
É a mão que não solta quando o mundo gira ao avesso.

O tempo, escultor paciente, é quem lapida os vínculos verdadeiros.
Com ele, as arestas se tornam encaixes e os desencontros, aprendizados.
Como o diamante que só brilha após a pressão,
as amizades genuínas revelam-se após a prova do tempo.
São ouro de mina, relíquia que não se acha em toda esquina.

A honestidade é sua fundação 
sem ela, desaba o edifício mais ornamentado.
Lealdade é seu alicerce: firme, mesmo nas tempestades mais amargas.
E o respeito é a moldura invisível que preserva o quadro do afeto intacto.
Cada gesto, palavra ou silêncio carrega a poesia da confiança mútua.

São mais sublimes que muitos amores passageiros,
porque não cobram juras, apenas presença sincera.
São mais preciosas que alguns irmãos,
pois nascem do vínculo eleito, e não da obrigação herdada.
Na amizade verdadeira, não há papel de protagonistas — há simetria.

Quantas vezes o amigo foi pássaro a cantar nos telhados da minha tristeza?
Quantas vezes foi cais quando fui barco perdido no nevoeiro?
E quando o mundo parecia ruir em cinzas,
lá estava ele: fogo baixo aquecendo meu inverno.
É poesia em forma de pessoa — verso vivo de reciprocidade.

A amizade é um pacto tácito entre almas que se reconhecem
num mundo onde tantos se mascaram.
É o antídoto para a solidão do século,
o abrigo que resiste às estações e às decepções do existir.
Quando o amor parte, a amizade fica. Quando a esperança morre, ela a enterra de mãos dadas.

Cultivar uma amizade é como lapidar um cristal bruto:
cada erro ensina, cada acerto fortalece.
E quando, por fim, a vida se põe em crepúsculo,
restam poucos ao redor — mas os verdadeiros sempre ficam.
Pois amigo que é amigo, não é visita: é morada.

Assim, brindo aos que permanecem.
Aos que não fogem diante da dor,
aos que celebram as conquistas como se fossem suas,
e que mesmo no silêncio, dizem: estou aqui.
Pois são esses que fazem da vida um poema digno da eternidade.



O Sarcasmo de DEUS, ou Ele contra si mesmo.



No princípio, DEUS cria tudo do nada,
Mas já sabia o fim — que piada.
Cria o homem com amor e primor,
Mas já planejava dilúvio e terror.

Cria Adão do barro com todo cuidado,
Depois o culpa por ser enganado.
Cria Eva da costela do coitado,
Mas pune ambos por terem pecado.

Proíbe o fruto que Ele mesmo plantou,
Sabendo que o homem cedo o provaria, show!
Coloca a serpente no meio do jardim,
Depois finge surpresa pelo que chega ao fim.

DEUS expulsa, DEUS amaldiçoa,
DEUS que tudo sabe, agora se magoa.
Cria o livre-arbítrio, mas com censura,
A primeira escolha gera censura.

Vê a Terra cheia de gente errada,
Então manda um dilúvio, obra abençoada.
Mata criança, velhinho e mulher,
Porque “justiça divina” tudo requer.

Depois promete nunca mais se irritar,
Mas já planeja cidades arrasar.
Escolhe um povo, Israel abençoado,
Mas vive punindo esse rebanho rebelado.

Pede sacrifício, sangue e fumaça,
Faz da adoração um rito de ameaça.
Manda matar povos por não crer,
Porque DEUS é amor... só pra entender.

Moisés sobe ao monte, vê a luz,
Recebe as tábuas, mas DEUS reluz.
Depois quebra tudo por idolatria,
Como se DEUS não visse aquela orgia.

Os profetas gritam: "obedece, Israel!",
Mas DEUS já sabia que daria réu.
Promete Messias, paz e redenção,
Mas manda Seu Filho para a execução.

DEUS, o eterno, nasce bebê,
Numa estrebaria, sem nada a oferecer.
Filho de virgem, claro, por sinal,
Já começa quebrando toda lógica natural.

Cresce em sabedoria, embora seja DEUS,
Aprende carpintaria, constrói alguns véus.
Jejua no deserto, tenta o tentador,
Mas sendo DEUS, qual o valor?

Anda sobre as águas, cura o cego,
Multiplica pão, faz o grande ego.
Mas chora, sofre e ora em aflição,
Pedindo a DEUS outra solução.

Ora a Si mesmo? Implora clemência?
Sabe o plano, mas sofre com urgência.
Sangra suor, lágrimas de dor,
Mesmo sendo DEUS e o puro amor.

É traído por Judas, amigo e irmão,
Cumprindo profecia, mas com frustração.
É preso, julgado por um tribunal,
Criado por Ele, que coisa brutal.

É cuspido, açoitado e zombado,
Por gente que DEUS mesmo havia moldado.
Pendurado num madeiro em horror,
Clama: “DEUS meu!” — drama de autor.

DEUS abandona DEUS no alto da cruz,
Mas continua sendo um com DEUS, que nos conduz.
Morre, desce ao Hades em missão secreta,
Prega aos mortos — agenda completa.

Ressuscita a Si mesmo no terceiro dia,
Vence a morte com maestria.
Sobe aos céus, senta ao lado de DEUS,
Que é Ele mesmo — confuso, não é? Pois é.

Promete voltar num cavalo de glória,
Mas demora milênios pra mudar a história.
Enquanto isso, salva quem crê,
Mas condena quem, por lógica, duvidar de ver.

DEUS que te ama, mas te lança no fogo,
Caso questione ou saia do jogo.
Diz que perdoa, mas com cláusula extra,
Aceite o Filho, senão já era a festa.

Deus-Justiça, DEUS-Misericórdia, DEUS-Paixão,
Três em um, uma só salvação.
Advogado, juiz e carrasco no final,
Amor eterno com cláusula condicional.

Proíbe a dúvida, prega o temor,
Enquanto exige que creiamos por amor.
Não se prova, mas exige fé,
Senão, o inferno é seu café.

E assim segue o ciclo da revelação:
Criação, queda, salvação e punição.
Um DEUS que tudo é, mas tudo esconde,
E no fim, só compreende quem responde.


Mas diga, leitor, sem medo ou véu:
Como pode um DEUS ser 
e ter todas as características daquilo que não existe no céu?



O Enigma de DEUS e suas contradições, ou Suas Complexidades e Perplexidades.



DEUS cria o tempo, o espaço, o ser,
Mas entra no tempo para sofrer.
DEUS tudo vê, tudo sabe e tudo faz,
Mas se encarna num corpo que sangra em paz.

DEUS nasce de virgem, sem sêmen ou dor,
Criador da mãe que o gerou no amor.
DEUS, o eterno, viveu como um homem,
Sentiu fome, chorou, foi chamado pelo nome.

DEUS ora a DEUS com lágrimas quentes,
Temendo a cruz e os cravos ardentes.
DEUS suplica: “Afasta de mim este cálice”,
Mas DEUS responde com silêncio e análise.

DEUS sacrifica DEUS para apaziguar DEUS,
Num plano secreto entre os céus e os céus.
DEUS não quer a morte, mas a aceita calado,
Pois DEUS ordenou que fosse imolado.

DEUS, que criou a lei com Sua mão,
Morre para cumprir Sua própria sanção.
DEUS é juiz, cordeiro e altar,
A si mesmo se entrega para se justificar.

DEUS foi cuspido por sua criação,
Humilhado, nu, sem proteção.
Pendurado em dor, clama em agonia:
“DEUS meu, DEUS meu”, no fim do dia.

Mas como pode DEUS abandonar DEUS,
Se DEUS é um, não dois, nem três céus?
DEUS sente ausência, mesmo onipresente,
Morre mortal, mas é onipotente.

DEUS é enterrado, a pedra rola,
O Criador jaz mudo, sem fala.
Mas no terceiro dia, a luz resplandece,
DEUS levanta DEUS e a morte estremece.

DEUS sobe aos céus e se assenta consigo,
À direita de DEUS, Ele é Seu próprio abrigo.
Intercede a DEUS por quem DEUS escolheu,
Mas pune eternamente quem não creu.

DEUS ama a todos, com fogo e temor,
Mas lança no inferno quem rejeita o amor.
DEUS oferece graça, mas com condição,
Eterna salvação por aceitação.

DEUS é amor, mas Seu fogo devora,
Espera que O aceitem, ou destrói sem demora.
DEUS dá livre arbítrio, mas exige um “sim”,
Senão o castigo é não ter mais fim.

DEUS é espírito, mas habitou um ventre,
Eterno no tempo, presente e ausente.
DEUS não muda, mas muda o testamento,
Deus da velha aliança, agora mais lento.

DEUS conhece o fim antes do início,
Mas se decepciona com cada vício.
DEUS julga tudo, mas precisa provar,
Que a cruz foi o preço do Seu próprio julgar.

DEUS salva pela fé, mas quer obediência,
Quer obras, doutrinas, e penitência.
DEUS é simples, mas de difícil entender,
Um ser que é três, mas não pode se dividir.

DEUS é Senhor, lava os pés do traidor,
Permite o beijo que sela a dor.
DEUS é Rei, mas cavalga um jumento,
Deixa-se prender sem nenhum lamento.

DEUS é a luz que habita em mistério,
O fogo que consome e o coração sério.
É paz que guerreia, amor que castiga,
O abraço e o açoite em mesma medida.

DEUS é Pai do Filho, que é DEUS também,
E ambos enviam DEUS, que em todos vem.
Um só ser, três consciências divinas,
Insondável lógica das escrituras finas.

E se você não crê em DEUS como DEUS quis,
Não importa se foi bom, reto ou feliz,
DEUS te lança fora da Sua presença,
Pois a fé é cláusula da Sua sentença.

DEUS criou o mundo, a cruz, o inferno,
Tudo se fecha num ciclo eterno.
DEUS venceu a si mesmo no calvário,
Num drama divino, cruel e necessário.

E a humanidade assiste, perplexa e pequena,
A um DEUS que é drama, amor e condena.
Um DEUS que se mata para se aplacar,
E exige do homem apenas… crer e amar.




O Paradoxo de Deus, ou Deus em crise refutando a si mesmo - A Decadência da Teologia.

        



        DEUS, o ser absoluto, cria tudo com um sopro, mas decide nascer como homem para agradar a Si mesmo. DEUS se torna carne, mas continua sendo DEUS, enquanto ora a DEUS. DEUS, que é Pai, gera DEUS, que é Filho, e ambos coexistem com DEUS, o Espírito; um só DEUS em três, três em um, sem ser três deuses. DEUS, que tudo sabe, desce à Terra para aprender o que já sabia. DEUS, que tudo pode, sente fome, cansaço e medo da cruz.

      DEUS, que governa o universo, é preso por soldados que Ele mesmo criou. DEUS é cuspido no rosto e açoitado, mas não reage, pois é necessário que DEUS morra para satisfazer a justiça de DEUS. DEUS, o justo, pune DEUS, o inocente, para não punir a criação rebelde que DEUS fez à Sua imagem. DEUS é sacrificado por DEUS para que DEUS possa perdoar sem quebrar suas próprias leis.

        DEUS clama do madeiro: “DEUS meu, DEUS meu, por que me desamparaste?” Mas Ele é DEUS. DEUS se sente só, mesmo sendo onipresente. DEUS sangra por amor, mas sua morte foi planejada por DEUS desde o início. DEUS é sepultado, desce ao Hades e prega para os mortos. No terceiro dia, DEUS ressuscita DEUS e DEUS ascende aos céus para se sentar à direita de DEUS.

        DEUS reina, mas ainda intercede por nós diante de DEUS. DEUS é advogado e juiz no mesmo tribunal. DEUS oferece a salvação como presente, mas pune eternamente quem não aceita. DEUS ama incondicionalmente, mas sua graça tem condições. DEUS, que é amor, criou o inferno — e nele lançará os que não crerem que DEUS morreu para agradar DEUS.

        DEUS é eterno, mas teve mãe. DEUS é soberano, mas foi tentado. DEUS conhece o futuro, mas se decepciona. DEUS não muda, mas age diferente na nova aliança. DEUS é espírito, mas assume forma humana. DEUS é invisível, mas apareceu em forma de servo. DEUS é santo, mas conviveu com pecadores. DEUS é perfeito, mas sofre na cruz.

        DEUS salva pela fé, mas exige obras como prova. DEUS julga corações, mas institui doutrinas externas. DEUS habita no coração do crente, mas exige templos. DEUS que está em todo lugar, mas desce em cultos específicos. DEUS é simples, mas incompreensível. DEUS é luz, mas habita em mistério.

        DEUS é Senhor, mas lava os pés de servos. DEUS é soberano, mas espera ser aceito. DEUS é imutável, mas altera pactos. DEUS, que é vida, morre. DEUS, que é justiça, assume a culpa. DEUS, que é liberdade, exige submissão absoluta.

        Este é o mistério da fé: DEUS que ora a DEUS para que a vontade de DEUS se cumpra, mesmo que DEUS tema o plano de DEUS. DEUS se entrega a DEUS para salvar da ira de DEUS aqueles que DEUS amou antes de criar o mundo. E se você não crer nesse DEUS, DEUS que é Filho, Pai e vítima — então DEUS te lançará fora da presença de DEUS por rejeitar DEUS.




17 de junho de 2025

A Flor da Ingratidão, ou Também amar é ser ferido.



Sim, eu vi…
Você deu tudo de si.
O tempo, o riso, o ombro, o pão.
Ofereceu o que tinha e o que não cabia no bolso,
mas transbordava da alma.

E no entanto,
vieram os dentes onde esperava abraços.
Vieram os olhos tortos onde plantou sinceridade.
Veio o silêncio frio onde habitava sua ternura.

A tragédia da ingratidão não é o esquecimento,
mas a perversão da memória.
Porque não apenas esquecem o que você fez,
mas distorcem o que você foi.

Hoje te aplaudem,
amanhã te apedrejam
e, ironicamente, pelo mesmo gesto.
A mão que salvou também assusta.
O amor que cura também incomoda.

O ingrato não é aquele que não retribui,
é aquele que transforma o bem em suspeita.
É aquele que te olha com o mesmo olhar
com que um lobo observa a mão que alimenta.

Faça o bem e serás criticado por querer parecer santo.
Fale a verdade e será odiado por não ser cúmplice.
Dê amor demais e dirão que é carência.
Afaste-se e dirão que é orgulho.

Se fores gentil, te chamarão de falso.
Se fores direto, te acusarão de rude.
Se fores forte, dirão que és autoritário.
Se fores frágil, rirão da tua fraqueza.

O mesmo sol que aquece, queima.
O mesmo rio que irriga, inunda.
O mesmo coração que ama, apodrece quando pisado.

E então você aprende…
Que não importa o quanto se esforce,
você será lido com os olhos dos outros.
E olhos, meu caro, não são espelhos.
São prismas distorcidos de mágoas não suas.

Mas ainda assim; faça.
Ame, mesmo que cuspam.
Ajude, mesmo que esqueçam.
Perdoe, mesmo que zombem.

Porque a alma que serve não o faz por resposta,
mas por essência.
E é aí que a ingratidão revela sua beleza oculta:
ela não destrói o valor do gesto,
apenas revela o vazio do recipiente que o recebeu.

E no fim, lembre-se:
Alguns te amarão pelo que és.
Outros te odiarão pelo mesmo motivo.
Mas tua missão não é ser aceito.
É ser inteiro.




A Mulher que Despenteia o Juízo.



Na curva tímida do ombro,
um convite sussurrado em carne.
Não fala, mas incendia.
Seu silêncio é um gemido suspenso no ar.
E eu, homem feito de vontades,
tremo como papel molhado pela chuva do seu olhar.

Ela passa, e o mundo desorganiza.
O botão da blusa, inocente, conspira.
A saia, indecente, flerta com o vento.
E eu, tolo, me torno poeta 
mas um poeta que escreve com a língua
na geografia febril da sua pele.

Seu andar é pecado em movimento,
milagre pagão que me ajoelha.
Ela não toca, mas possui.
Não se oferece, mas se impõe.
E o desejo, esse cão faminto,
rosna dentro do meu terno.

Debaixo da roupa, mora o inferno.
E eu, cristão de meia fé,
renego qualquer salvação
por um instante entre seus lábios carmesim,
onde o amor é fome,
e o gozo tem gosto de fim.

Ela é vício,
verso obsceno que se esconde
nas entrelinhas de um decote.
É mulher, mas é também feitiço,
palavra proibida que se escreve no escuro,
com dedos, dentes e sussurros.

E quando finalmente me engole no seu abismo,
não é só carne que se consome.
É alma. É culpa. É glória.
É um poema suado
onde rima e suor se confundem,
e o prazer, meu caro, é poesia crua.







Mil Formas de Um Só Escritor



Eu não escrevo apenas palavras — escrevo mundos.
Sou feito de textos, entrelaçados em contextos profundos e pretextos provocativos. Navego por entre poemas que sussurram teoremas, componho canções que carregam o peso de crônicas e a leveza dos salmos.
Cada carta que lanço ao vento é uma estória viva, brotada de teorias pulsantes e poesias que sangram verdade.

Minha escrita não é uma linha reta, é um labirinto de provérbios e pensamentos, atravessado por fantasias e embebido em direito, filosofia e teologia. Um mosaico de sentimentos em constante ebulição.
Meus versos têm reversos, minhas reflexões beiram o abismo da razão, e das minhas intuições surgem orações feitas de carne e alma.
São manuscritos que gritam delírios, que respiram suspiros e guardam memórias de um tempo que ainda não chegou.

Escrevo ensaios que são confissões, juramentos de alguém que busca sentido no caos.
Transformo mistérios em tinta, segredos em metáfora, epopeias em verdades fragmentadas, e até nas tragédias, encontro beleza.
Os meus elogios seguem critérios próprios; não são bajulações, mas discursos sinceros. E quando preciso, lanço manifestos, declarações incendiárias, repletas de insights que parecem profecias nascidas do inconsciente coletivo.

Entre meus dedos escorrem ensinos, vestem-se de alegorias, ecoam em murmúrios, sobem em clamores e explodem em questionamentos que nem eu sei responder.
Pois escrever, para mim, é estar em constante transfiguração 
Sou mil vozes num só corpo, mil estilos num só punho.

Cada palavra é um universo. Cada linha, uma revolução.
E mesmo que amanhã eu me contradiga, serei fiel a uma única verdade:
Eu escrevo como quem vive em mil formas, e ainda assim, inteiro.




Todos os textos são autoria de Giliardi Rodrigues. Proibida a reprodução de qualquer texto sem prévia autorização do autor.

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